A Comissão Europeia está disposta a prolongar por um ano o prazo para que a Espanha cumpra suas metas de déficit público, anunciou nesta quarta-feira o Comissário de Relações Econômicas, Olli Rehn, durante uma coletiva de imprensa.
Desta forma, a Espanha teria até 2014, e não mais até 2013 apenas, para reduzir o déficit público a 3%. A última palavra, no entanto, será dada pelos países. Rehn elogiou as reformas empreendidas na Espanha, em particular as reformas do mercado de trabalho, os procedimentos orçamentários e o esforço de recapitalização do setor bancário.
"Tudo isso deve permitir que a Espanha reduza seus desequilíbrios econômicos, mas com a condição de que consiga controlar o gasto público das regiões", disse o comissário europeu ao apresentar as recomendações econômicas da Comissão aos 27 membros da UE. "A Espanha deve apresentar um plano orçamentário 2013-2014 sólido para continuar na via do saneamento de suas finanças", completou Rehn.
A proposta de conceder mais tempo ao governo espanhol para que este ponha em ordem suas finanças foi adotada na manhã desta quarta-feira em uma reunião entre o presidente da CE, o português José Manuel Barroso, e os 26 comissários.
Para que seja efetiva, a proposta deve ser aprovada pelos ministros de Finanças da União Europeia, onde não existe unanimidade devido ao temor de alguns de que essa exceção abra precedente para outros e debilite o pacto de estabilidade.
Recentemente, Bélgica e Holanda não obtiveram a mesma chance e tiveram que tomar medidas mais drásticas para cumprir com seus compromissos. A União Europeia aceitou recentemente revisar a meta de redução de déficit espanhol a 5,3% ao invés dos 4,4% para 2012. Em 2011, a Espanha registrou um déficit de 8,9% do PIB, contra 6% previstos.