A quebra da safra de grãos na Região Sul seguirá puxando para baixo o PIB da Agropecuária no segundo semestre, na avaliação do presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (Fecoagro), Rui Polidoro. O Estado foi o que registrou maior perda na colheita de soja, com produção 43% menor que do a esperada. "Essa queda (de 8,5% no PIB do setor no primeiro trimestre ante igual período de 2011) vai se acentuar", disse Polidoro, em entrevista por telefone. "No segundo semestre, começarão a vencer as prestações de custeio e o produtor terá de renegociar essa dívida. Além disso, as chuvas são insuficientes para o cultivo de inverno e a situação das pastagens já sinaliza dificuldades para a pecuária leiteira."
O dirigente conta que produtores de soja que venderam para entrega futura já começam a renegociar contratos com as tradings. "A venda foi feita a R$ 50/saca, em média, e o preço hoje é de R$ 53/saca. Para quem esperava colher mil sacas e obteve apenas 800 sacas não tem outro jeito", diz. Polidoro lembra que cálculos da Emater mostram que, por causa da menor produção de soja, milho e arroz no Rio Grande do Sul, devido à estiagem, deixaram de circular na economia de R$ 6 bilhões a R$ 8 bilhões.