A agricultura tende a se fortalecer novamente, mas as perspectivas para este ano ainda são pouco favoráveis, avaliou o presidente da Associação Brasileira de Agribusiness (Abag), Luiz Carlos Corrêa Carvalho. "Daqui para frente, vai depender muito do cenário internacional, da lenta reação da economia norte-americana, da crise (econômica) na Europa. Mas o agronegócio vai ter um desempenho menor em relação ao de outros anos", disse.
Nesta sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou queda de 8,5% no Produto Interno Bruto (PIB) do setor no primeiro trimestre de 2012 frente a igual período do ano passado. Segundo Carvalho, esse recuo já era previsto. "Tivemos uma quebra de produção, principalmente de cana e de soja, além de uma queda no preço das commodities. Então, de alguma forma, já era esperado."
Para ele, a produção de milho segunda safra pode até ajudar o setor agrícola, mas os problemas enfrentados pelas plantações de cana-de-açúcar podem atenuar eventuais ganhos. "A cana é o nosso segundo principal produto. Mas, devido a chuvas em algumas áreas e à seca no Nordeste, a qualidade da produção será pior."
O PIB geral brasileiro registrou aumento de 0,8% no primeiro trimestre de 2012 ante igual período do ano passado e de 0,2% em relação ao quarto trimestre de 2011, informou o IBGE.