A queda na confiança do setor de serviços veio em linha com a menor atividade econômica detectada pelos resultados do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre, que teve avanço de apenas 0,2% ante o trimestre anterior, avaliou Silvio Sales, consultor do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). A FGV divulgou nesta segunda-feira a Sondagem do Consumidor de maio, que apontou um recuo de 5,9% no Índice de Confiança dos empresários do setor de serviços (ICS).
"O ICS está em linha com o PIB, que veio menor que o esperado. Há um quadro de muita moderação na atividade econômica", afirmou Sales, que aposta em uma recuperação na atividade no segundo semestre.
A redução no otimismo foi generalizada, alcançando os sete subsetores. O ICS dos serviços prestados às empresas caiu 4,9%; o dos serviços de informação recuou 4,6%; o de transportes e correio teve queda de 6,7%; o dos prestados às famílias, -10,5%; outras atividades de serviços, -7,9%; atividades imobiliárias e de aluguel, -5,8%; e serviços de manutenção e reparação, -7,1%.
"Os serviços prestados às empresas respondem à demanda empresarial. É o setor mais importante e está menos pior do que a média geral dos serviços. Isso de alguma forma é positivo", apontou Sales.
Dentro do ICS, o Índice da Situação Atual (ISA) registrou queda pelo 10º mês consecutivo. Em maio, o ISA caiu 8,1% "O ISA está negativo desde agosto do ano passado, assim como a confiança. O que chama atenção é que essa perda em relação ao ano anterior se acentuou", notou o economista do Ibre/FGV.
A sequência de resultados ruins na percepção sobre a situação atual pode ter contaminado as expectativas para os próximos meses, fazendo com que o Índice de Expectativas registrasse um recuo de 4,1%. "A curva das expectativas está revertendo. Pode ser pelo menor dinamismo da economia, mas pode ser também pela percepção ruim da situação atual, rebatendo nas expectativas dos serviços", considerou Sales.