O nível recorde do prêmio da dívida - o retorno extra que os investidores exigem para comprar títulos espanhóis em detrimento dos títulos alemães, mais seguros - mostra que o país não tem a porta aberta dos mercados, afirmou o ministro da Fazenda, Cristóbal Montoro.
"O que este prêmio da dívida está dizendo é que a Espanha não tem aberta a porta dos mercados e, portanto, o desafio é abrir a confiança destes mercados que, além de tudo, são nossos credores", disse Montoro em uma entrevista à rádio Onda Cero.
As declarações foram feitas dois dias antes de uma emissão de títulos a 10 anos, na qual o Tesouro espanhol espera captar entre um e dois bilhões de euros.
"O que este prêmio está dizendo é que como Estado, e em suma como Espanha, temos um problema na hora de acessar os mercados, no momento de refinanciar nossa dívida como país", completou Montoro.
Após o resgate histórico de 23,5 bilhões de euros solicitado em maio pelo Bankia, terceiro maior banco do país em ativos, a Espanha está no centro das preocupações da Eurozona, já que os investidores temem que não consiga cumprir por conta própria as obrigações financeiras e precise pedir ajuda externa.
O prêmio da dívida atingiu um nível recorde na semana passada de 548 pontos, antes de registrar uma leve queda. Nesta terça-feira estava em 523 pontos.