A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pretende organizar uma reunião com representantes do mercado escolhidos pelo órgão para apresentar os resultados do estudo encomendado à Oxera Consulting para mapear a eficiência e concorrência do mercado brasileiro de ações. A informação, divulgada nesta segunda-feira é de Maria Helena Santana, presidente da autarquia.
A data máxima para a entrega da versão final do estudo à CVM é a primeira semana de julho, de acordo com Maria Helena. Posteriormente, será feita uma reunião, ainda sem data definida, para apresentar e discutir os resultados do trabalho com o mercado. O encontro será transmitido pela internet e todos os interessados poderão participar enviando questões e dúvidas à CVM.
"Já vimos uma versão preliminar do estudo, mas o resultado final deve ser entregue na semana que vem. A posição da CVM não é algo que vamos produzir sequer em cima da versão definitiva. Vamos discutir mais com o mercado e depois deliberar sobre este tema", disse ela, em conversa com jornalistas, durante evento na BM&FBovespa.
Como o mandato de Maria Helena termina em 14 de julho, as decisões da autarquia pós-estudo devem ficar sob responsabilidade do seu substituto a ser escolhido pelo governo. Ela disse que ainda não é possível afirmar se o mercado brasileiro está longe de ter duas bolsas. "Não vimos absolutamente nada neste sentido. Vimos uma versão preliminar do estudo que precisa de muita reflexão e discussão", observou Maria Helena.
O estudo é esperado com ansiedade pelo mercado uma vez que pode apresentar caminhos, assim como já ocorreu em outros países, para o aumento da concorrência no mercado brasileiro de ações. O tema ganhou força desde que novas bolsas anunciaram interesse em ingressar no Brasil.
Até o momento, Bats, em parceria com a gestora de recursos Claritas, e a Direct Edge têm planos de explorar o mercado local. Recentemente, a Direct Edge informou que ainda mantém o cronograma de ingressar no mercado brasileiro ainda este ano, mas que já cogita postergá-lo para 2013. Seu objetivo é utilizar a clearing da BM&FBovespa. No entanto, o diretor presidente da bolsa, Edemir Pinto, já deixou claro que a companhia só pretende prestar serviços a terceiros a partir de 2014, quando terá concluído o projeto de integração de suas clearings.