A agência de classificação de risco Moody's reduziu a nota da dívida em moeda local da petroleira argentina YPF, expropriada da espanhola Repsol, de "B3" para "Caa1", segundo um comunicado divulgado em Nova York.
"A queda da classificação reflete risco de liquidez diante de uma aceleração da dívida de curto prazo da YPF e do desafio recorrente para cumprir com suas obrigações de pagamento de curto prazo à medida que chegam seus vencimentos", disse a Moody's ao justificar sua decisão.
"A Moody's considera que a YPF tem elevadas necessidades de moeda estrangeira para atender seus vencimentos de dívida, o que aumenta o risco de reestruturação da dívida, podendo resultar em perdas para seus credores e gerar uma reestruturação forçada", continua o texto.
Enquanto a classificação da dívida em escala global para moeda local caiu de "B3" para "Caa1", a nota em escala nacional para a mesma moeda caiu de "Baa3.ar" para "Ba1.ar". Uma preocupação iminente é a exposição da YPF à troca de controle ou às cláusulas da nacionalização decididas pelo governo argentino, o que poderia ser considerado como "um evento de não cumprimento sob certos acordos de dívida da YPF".
Apesar dessa decisão, a Moody's afirma que "nesta data, a YPF não recebeu notificações de não cumprimento ou aceleração para nenhuma de suas obrigações de dívida". A Moody's também reduziu nesta terça-feira a nota da petroleira espanhola Repsol em um nível, para Baa3, alegando "impacto negativo da expropriação pela Argentina" de 51% das ações de sua filial YPF.
Em 8 de junho, a agência Fitch foi a primeira a reduzir em um grau a nota da Repsol para BBB-, após a expropriação da YPF. A presidente argentina, Cristina Kirchner, decidiu em abril passado expropriar da Repsol 51% da YPF, alegando falta de investimentos, o que desatou uma grave crise diplomática entre os dois países.