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Estado de Minas

Jovens geniais e ideias milionárias movimentam mercado de TI

Criatividade brasileira se destaca e revela talentos


postado em 13/06/2012 06:00 / atualizado em 13/06/2012 09:57

Muitos jovens com menos de 30 anos pertencentes a uma geração que cresceu conectada ao mundo digital estão criando projetos inovadores que facilitam a vida de quem navega na internet e ainda os transforma em milionários. Com ideias aparentemente simples eles têm aproveitado as possibilidades oferecidas pelas empresas, que querem se aproximar de seu público-alvo através das redes sociais, para fazer dinheiro. Exemplo máximo do bom desempenho desses jovens é o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, de 28 anos, que criou o site de relacionamentos em 2004 e agora está entre as pessoas mais influentes do mundo, com fortuna estimada em US$ 17,5 bilhões. No rastro dele, brasileiros também fazem fama no universo dos bytes, como o cofundador do Facebook, Eduardo Saverin, de 30, o cofundador do aplicativo para celulares Instagram, Michel Krieger, de 26, e agora presidente da Samba Tech, Gustavo Caetano, de 30 anos, que já é apontado como referência em empreendedorismo tecnológico e, nos próximos três anos, tem expectativa de faturar cerca de R$ 100 milhões com a Samba Tech, empresa líder em soluções para vídeos online na América Latina.

André Fonseca e Bruno Alves com a equipe da Dito, empresa que produz jogos e aplicativos para mídias sociais(foto: Marcos Michelin/EM/D.A/Press)
André Fonseca e Bruno Alves com a equipe da Dito, empresa que produz jogos e aplicativos para mídias sociais (foto: Marcos Michelin/EM/D.A/Press)

Natural de Araguari, no Triângulo Mineiro, Gustavo tem 50 funcionários que usam a tecnologia para gerenciar, distribuir e monetizar os vídeos que circulam na internet e tem atraído a atenção no âmbito internacional. Hoje e amanhã, ele se apresenta no evento F.ounders, na Nasdaq – bolsa eletrônica de Nova York –, onde vai falar sobre empreendedorismo, tecnologia e inovação. O evento reúne os 100 principais fundadores de empresas de tecnologia do mundo. Edições anteriores tiveram a participação dos fundadores do Twitter, Skype, Angry Birds, YouTube e o músico Bono Vox, que também é empresário do setor tecnológico.

Com a oportunidade, Gustavo, que também é presidente da Associação Brasileira de Startups, destaca o crescente reconhecimento internacional da empresa, mas também do setor e dos profissionais da área. “Esta é uma oportunidade de posicionar o Brasil e o que estamos fazendo para o resto do mundo” resume. “Quero contar um pouco da minha experiência e sobre quais são os desafios de construir uma startup no Brasil, além de mostrar como o mercado nacional e o da América Latina estão favoráveis à abertura de novos negócios.” A associação tem 300 startups cadastradas. Gustavo participa ainda, em setembro, do World Summit on Innovation & Entrepreneurship, em Boston, onde vai discutir ideias para um novo momento da economia de inovação.

De olho nesse mercado, que segue aberto para quem quer fazer carreira em informática, os amigos André Fonseca e Bruno Andrade, ambos de 27, criaram, nos corredores da PUC Minas, a Dito, empresa especializada na produção de aplicativos e jogos para mídias sociais. Cinco anos depois da fundação, com 20 funcionários e faturamento de aproximadamente R$1 milhão por ano, André lembra que o sucesso dos jovens talentos da tecnologia pode ser atribuído ao bom momento vivido pelo mercado, que está constantemente em busca de inovação. “Esse é o melhor momento para quem quer se tornar um empreendedor digital. Isso porque as empresas estão olhando para o Brasil e querem consumir o que produzimos aqui. Talvez, daqui alguns anos não seja tão fácil para um empreendedor da área da tecnologia se destacar”, diz.

Para seguir como empreendedor nesse universo, o caminho para os aspirantes a milionários é, segundo Fonseca, aproveitar o momento oportuno, encontrar uma área em que goste de atuar, observar as necessidades do setor e o tamanho desse mercado para depois verificar qual atendimento deverá ser dado a ele. “O sucesso está ligado ao fato de o empreendedor compreender que um produto da internet nunca está finalizado. É preciso aperfeiçoá-lo sempre, entender as necessidades do cliente e do público e oferecer novidades”, reforça. “Muitas áreas hoje são mal atendidas e as possibilidades de inovação são enormes. Tudo o que pode ser melhorado e isso soa para nós como oportunidade de ganhar mais dinheiro”, completa.

Três perguntas para...
Gustavo Caetano
Presidente da Samba Tech e Presidente da Associação Brasileira de Startups
(foto: KIKA DARDOT/DIVULGAÇÃO)
(foto: KIKA DARDOT/DIVULGAÇÃO)

1) Como você vê o interesse crescente dos jovens pela área de tecnologia?
Tecnologia é o que move o mundo e quanto mais profissionais qualificados nesse setor, melhor para todos na sociedade. Por isso, acho extremamente positivo. Hoje, os jovens que já são consumidores ávidos dessa área não atuam apenas como usuários, mas como inventores de projetos que impactam positivamente na vida das pessoas. Em meio a uma avalanche de novas empresas em todo o mundo, acredito que o Brasil está conseguindo se destacar. Startups que já nasceram globais e com excelentes modelos de negócio estão fazendo do país um polo de empreendedorismo e foco de Venture Capitals. Temos muito o que mostrar e, para isso, devemos mudar nossa cultura de querer “arrumar um emprego” para a de apostar, assumir riscos e empreender.

2) O que um jovem que quer atuar na área de tecnologia deve ter como diferencial? Como deve se preparar?
Ele deve ter pró-atividade, sempre estar à frenteesediferenciar ao apresentar novidades que sejam relevantes ao seu público- alvo. O mercado de TI (tecnologia da informação) é bastante dinâmico e volátil e muda com muita frequência. Por isso, para se destacar, é preciso inovar sempre.

3) Quais são as suas dicas para quem quer se tornar um empresário de tecnologia?
Foco e flexibilidade. Primeiro, foque em um grande mercado ou nicho promissor. Se especialize em algo que ninguém faz e que, preferencialmente, nenhuma ‘grande’ tenha interesse ou já tenha feito. Seja flexível. Se continuássemos nosso primeiro plano de negócios, estaríamos vendendo joguinhos de celular até hoje ou não. Se adaptar ao mercado é essencial, ainda mais em um cenário tão dinâmico quanto o de tecnologia.

 


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