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Estado de Minas

Embargo contra Irã 'desestabilizaria' mercado de petróleo, diz ministro iraniano


postado em 13/06/2012 10:50

Um embargo contra o petróleo iraniano por seu controverso programa nuclear desestabilizaria o mercado global de petróleo, afirmou nesta quarta-feira o ministro do Petróleo iraniano, Rostam Qasemi, no 5º seminário da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), em Viena, que conta com a participação de seus homólogos do cartel.

"Infelizmente a ideia de impor sanções... está sendo considerada pela Europa", disse Qasemi pouco antes do início do encontro ministerial dos membros da Opep, que tratarão o nível das quotas de produção.

"Este enfoque com motivações políticas danificará a estabilidade tanto do mercado petroleiro quanto da economia mundial", acrescentou.

"Impor sanções de maneira unilateral para alcançar um objetivo político está colocando obstáculos na indústria petroleira", disse.

Isto "desestabilizará o mercado de petróleo e finalmente provocará movimentos bruscos dos preços", advertiu.

As potências ocidentais impuseram sanções contra o Irã por seu programa nuclear, já que suspeitam que ele possui, em última instância, uma finalidade militar. Em janeiro, a União Europeia (UE) decidiu instaurar um embargo ao petróleo iraniano, do qual importava 20% da produção do segundo produtor do cartel e que entrará em vigor no dia 1º de julho.


O Irã, o segundo produtor mais importante da Opep, já está sob quatro rodadas de sanções impostas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.

A oferta de petróleo, comprometida pela queda dos investimentos e por menores exportações, caiu nos quatro primeiros meses de 2012 de 300.000 barris por dia, seu nível mais baixo em 20 anos, segundo as estimativas da Opep.

Rafael Ramírez, ministro venezuelano de Petróleo, defendeu pouco antes o Irã, país ao qual classificou como "amigo".

"As sanções não são boas para ninguém, pois restringem o aceso aos recursos petroleiros e complicam a situação em um momento no qual há uma situação econômica muito perigosa para a União Europeia", disse à imprensa.

Já o secretário-general da Opep, Abdalá el Badri, disse estar 100% oposto a qualquer embargo a algum membro do cartel, em especial contra "um Estado fundador da Opep e que é o segundo maior produtor da organização depois da Arábia Saudita".

Diante do nervosismo de mercado ante os anúncios feitos no encontro da Opep, os preços dos contratos futuros de petróleo abriram em queda nesta quarta-feira em Nova York.

No início da sessão, o barril de "light sweet crude" (WIT) para entrega em julho recuava 81 centavos, a 82,51 dólares no New York Mercantile Exchange (Nymex).


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