As vendas no comércio varejista de Belo Horizonte subiram 4,16% no primeiro quadrimestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2011, de acordo com o termômetro de vendas da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), divulgado nesta quinta-feira.
Com crescimento de 8,89%, o setor de papelarias e livrarias apresentou o maior crescimento no período, seguido por produtos farmacêuticos (8,4%), máquinas, eletrodomésticos, móveis e louças (2,15%), ferragens, materiais elétricos e de construção (1,56%), tecidos, vestuários, armarinho e calçados (1,12%).
Para o vice-presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva, o desempenho é resultado das políticas de incentivo ao crescimento econômico e dos níveis estáveis de emprego e expansão da renda dos trabalhadores. “As reduções contínuas da taxa de juros e a ampliação da oferta de crédito para os consumidores, impactam diretamente no aumento do consumo, e, consequentemente, no crescimento do comércio varejista”, afirma.
Na comparação com abril do ano anterior o crescimento do varejo foi de 1,27%. “Em abril de 2011 a economia brasileira estava sob o efeito de políticas econômicas restritivas, com maiores taxa de juros e inflação. Já em 2012, o cenário é outro, com juros e índice inflacionário menores”, explica o vice-presidente.
Quando comparado com março deste ano, o comércio varejista apresentou queda de 0,51%. “Muitos consumidores aproveitaram o feriado da Semana Santa para viajar, impactando diretamente nas vendas do varejo na capital mineira”, afirma Silva. “Além disso, o mês de março é uma base de comparação aquecida, pois é caracterizado por liquidações de queima de estoque para o lançamento da coleção da nova estação”, completa.
Já nos últimos doze meses, o crescimento do comércio da capital mineira foi de 3,01%. Para Marcelo de Souza este aumento revela o movimento de recuperação da economia brasileira nos primeiros meses de 2012 em comparação com o ano passado, quando o país sofria com os impactos negativos desencadeados pela crise mundial. “O cenário de estabilidade econômica instaurado após este período, pode ser percebido através dos índices de emprego e renda”, conclui.
País
Aas vendas no varejo brasileiro registraram em abril um crescimento de 0,8% em relação a março, de acordo com o IBGE. Na mesma comparação, que também considera o ajuste sazonal, a receita nominal do setor teve um aumento de 0,6%. Já no confronto com abril de 2011, sem o ajuste, o comércio varejista registrou acréscimos de 6% no volume de vendas e de 7,5% na receita nominal. Com os resultados de abril, o acumulado do ano atinge 9,2% no volume de vendas e 12,2% na receita nominal, enquanto o dos últimos 12 meses registra taxas de variação de 7,2% e 11,4%, respectivamente.
Segundo o IBGE, os índices em abril foram positivos no volume de vendas, na comparação com março, em oito das dez atividades pesquisadas, com destaque para o comércio de combustíveis e lubrificantes (2,5%); material de construção (1,8%) e móveis e eletrodomésticos (1,5%). Já os segmentos de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo e de livros, jornais, revistas e papelarias registraram quedas, de 0,8% e 2,9%, respectivamente, na comparação com o mês anterior.
Em relação a com abril de 2011, o maior impacto no crescimento do volume de vendas foi o comércio de móveis e eletrodomésticos, com variação de 12,1%. De acordo com o IBGE, esse resultado reflete a política do governo de incentivo ao consumo, por meio da redução das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para eletrodoméstiscos da linha branca, além da manutenção do crédito, da estabilidade no emprego e do crescimento da renda.
Nessa mesma base de comparação, o comércio de tecidos, vestuários e calçados registrou variação negativa de 1,1%, desempenho atribuído pelo IBGE à alta de preços do setor nos últimos 12 meses, que foi 6,5%. (Com Agência Brasil)