O diretor-presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Marcelo Guaranys, disse nesta quinta-feira que acredita na capacidade dos vencedores dos leilões de privatização dos aeroportos de Guarulhos (SP), Campinas (SP) e Brasília em tocar projetos e investimentos. Ele afirmou, porém, que o governo cobrará e fiscalizará as empresas, pois o objetivo é que o País tenha os melhores aeroportos do mundo.
"Vamos ver se vocês estão preparados de verdade para assumir esse projeto. Acreditamos que estão. Estaremos aqui para cobrar, fiscalizar e ajudar no que precisarem", disse, durante abertura de cerimônia de assinatura dos contratos dos vencedores com a Anac.
Guaranys destacou o aumento da concorrência entre as empresas aéreas, a entrada em novas rotas e liberação tarifária. Isso, de acordo com ele, proporcionou a redução dos preços. Pelas contas da Anac, o número de passageiros transportados aumentou 153% de 2003 a 2012. Com isso, de acordo com o presidente da Anac, o atendimento aéreo passou de 30% da população brasileira para 90%.
"Esse crescimento todo gira uma dúvida: nossa infraestrutura não consegue se expandir na mesma velocidade? Vemos aeroportos cheios, longas filas. Era mais confortável viajar há 10 anos do que hoje, mas era mais caro e havia menos gente voando", enfatizou. Guaranys disse também que o leilão é um marco na atuação do setor no País. "Esses aeroportos não foram escolhidos à toa, representam 30% do tráfego aéreo do País. Isso tem um reflexo no País inteiro, pois são hubs e representam expansão de malha", considerou.
Segundo Guaranys, os investimentos não devem ter como foco apenas a Copa do Mundo, mas devem proporcionar infraestrutura para a população. "A Infraero vai continuar tocando (os aeroportos), de jeito nenhum vão sair de lá, mas carregaram o piano sozinho por muito tempo, agora virão outros carregadores de piano", finalizou.