A Embraer abriu ontem o caminho para a indústria mineira se candidatar a fornecer peças e componentes para a fabricação da aeronave KC390, a maior a ser produzida pela empresa, para transporte militar, humanitário, de carga e de veículos de defesa. Representantes da companhia se reuniram na sede da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), em Belo Horizonte, com empresários e executivos de pelo menos 15 empresas instaladas no interior mineiro. As maiores oportunidades de fornecimento estão ligadas à usinagem de componentes, na avaliação do presidente do Conselho da Indústria de Defesa e Compras Governamentais da Fiemg, Marco Antônio Castello Branco.
Na conversa com os industriais e executivos mineiros, o gerente de estratégias de produtos da Embraer, Jairo Sotero, afirmou que o cenário é muito positivo para as empresas que desejarem investir no setor aeronáutico, em função da decisão do governo federal de reforçar a nacionalização de peças e componentes. Os fornecedores nacionais da Embraer estão concentrados em São Paulo.
A indústria brasileira aeroespacial faturou cerca de US$ 7 bilhões no ano passado, dos quais 15% apurados no Brasil, de acordo com a Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (AIAB). O presidente da instituição, Walter Bartels, que participou do encontro na Fiemg, destacou que a participação brasileira girava em torno de 5% da receita total no começo da década. “A estratégia nacional de defesa (lançada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, estimula não só o setor como o desenvolvimento do país, mas o caminho para chegarmos lá ainda é longo”, afirmou.