A chefe do governo alemão, Angela Merkel, lamentou nesta sexta-feira a "falta de confiança" entre dirigentes da Eurozona e considerou que a alternativa entre "crescimento e austeridade fiscal" representava um falso debate.
A Alemanha "não se deixará convencer por soluções rápidas como os eurobônus", disse a chanceler conservadora em uma reunião com a federação de empresas familiares em Berlim. "A mediocridade não pode se converter em norma", acrescentou.
"Existe um falso debate que surgiu, entre crescimento e disciplina fiscal. Isto é um disparate", declarou.
Merkel disse que a falta de confiança entre os líderes europeus pode ser resolvida se forem atacadas "as causas da crise", que são "o endividamento e as diferenças na competitividade".
"O perigo das propostas precipitadas de mutualização" da dívida é ocultar as diferenças de potência econômica entre os países e nivelar as taxas de endividamento dos Estados, advertiu. "Quem oculta isto termina na mediocridade. E a mediocridade não pode se converter em norma", disse Merkel, fortemente aplaudida.
"Não haverá uma boa união econômica e monetária sem união política", sinônimo de abandono da soberania, disse, acrescentando: "Não posso querer eurobônus e rejeitar todo controle" sobre os orçamentos nacionais.