O setor da construção civil manteve sua trajetória de expansão em 2010, na esteira dos investimentos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), dos incentivos ao Minha Casa, Minha Vida e dos preparativos para a Copa do Mundo de Futebol em 2014. As incorporações, obras e serviços da indústria da construção nacional chegaram a R$ 258,8 bilhões, um aumento real de 23,3% em relação a 2009, segundo a Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC) 2010, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O valor das obras e serviços da construção atingiu R$ 250 bilhões, quando excluídas as incorporações. A receita operacional líquida foi de R$ 245,2 bilhões, registrando expansão real de 23,4% sobre 2009. A participação das obras públicas neste montante recuou, totalizando R$ 107 bilhões, o equivalente a uma fatia de 42,8% em 2010 contra uma participação de 44% em 2009.
Houve aumento de 24,6% no número de empresas ativas com uma ou mais pessoas ocupadas na indústria da construção, que passou de 63,7 mil em 2009 para 79,4 mil em 2010. Em relação a 2007, quando começou a série histórica da pesquisa a partir da versão 2.0 da Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE, a alta no número de empresas foi de 50,2%. As empresas somavam apenas 52,9 mil.
Em relação à receita bruta do setor, a composição repetiu o padrão de 2007: as obras e/ou serviços executados, que em 2007 representavam 93,4% do total das receitas do setor, mantiveram a liderança em 2010, com 94,0%. No entanto, arrecadaram muito mais saindo de R$ 125,2 bilhões em 2007 para R$ 247,3 bilhões em 2010.
Segundo a pesquisa, a indústria da construção empregou aproximadamente 2,5 milhões de pessoas. Os gastos com pessoal ocupado foram de R$ 63,1 bilhões, o equivalente a 30,7% do total dos custos e despesas da atividade, que atingiu R$ 205,6 bilhões.
Os gastos com salários, retiradas e outras remunerações foram de R$ 41,9 bilhões. O salário médio mensal, de R$ 1.300, foi 8,7% superior ante 2009, quando era de R$ 1.196. Mas o valor médio pago ainda ficou em 2,6 salários mínimos mensais.
Regiões
O Sudeste liderou a participação em pessoal ocupado (56,1%) e no valor das incorporações, obras e serviços da indústria da construção (63,6%) em 2010. Entretanto, o Nordeste teve o maior crescimento entre 2007 e 2010 (de 17% para 19% e de 11,7% para 13,8%, respectivamente).
O Centro-Oeste também teve crescimento, de 7,2% para 7,6% no pessoal ocupado no período e de 6,8% para 7,4% no valor das incorporações. Ambas as regiões foram beneficiadas pelos investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Programa Minha Casa, Minha Vida e dos preparativos para a Copa do Mundo em 2014.
Em 2010, o valor das incorporações, obras e/ou serviços executados para as empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas atingiu R$ 212,5 bilhões, um crescimento real de 20,9% ante 2009. Na comparação com 2007, a expansão foi de 61,5%.