A desaceleração nas taxas das diversas leituras do Índice Geral de Preços (IGP) deve se manter, segundo a Fundação Getúlio Vargas, que divulgou nesta sexta-feira os dados do IGP-10 de junho. Embora a taxa acumulada em 12 meses não tenha espaço para recuar, porque houve variação negativa no mês de julho de 2011, há espaço para reduzir o ritmo de aumento em relação ao mês anterior. Em maio, o IGP-10 ficou em 1,01%, o IGP-M, em 1,02%, e o IGP-DI, em 0,91%. Agora, o IGP-10 reduz a variação para 0,73% em junho.
"A probabilidade de continuidade nessa escadinha nas próximas divulgações é grande. Então provavelmente você vai ver um IGP-M mais baixo, e um IGP-DI mais baixo em junho", projetou André Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV.
Braz citou produtos que estão subindo menos ou até ficando mais baratos, como alimentos, álcool, produtos de limpeza, metais não ferrosos e automóveis. "Não deve haver alteração no câmbio e ainda existe redução de itens como a soja e outros produtos mais caros em dólar, mas com preços mais baratos lá fora. Isso abre espaço para o IGP caminhar para uma desaceleração", disse o economista.
Ficaram mais baratos em junho milho em grão (-6,32%), laranja (-14,21%), bovinos (-1,29%), alumínio não ligado em formas brutas (-6,90%) e automóveis para passageiros (-1,66%). No caso dos automóveis, a redução no preço é explicada por descontos das montadoras num esforço de estimular o consumo.
"No IPA, a queda no automóvel não tem influência de redução no imposto, porque são os preços ao produtor. Mas ocorreu em função da concorrência. Eles estão concedendo desconto para dinamizar a venda de carros. As montadoras fizeram o seu compromisso de também ajudar a reduzir o preço do automóvel para alavancar o setor", explicou Braz.