Foi deflagrada na manhã desta sexta-feira, a operação Sanatório, um trabalho conjunto da Promotoria Estadual de Combate aos Crimes Cibernéticos e da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais (PMMG). A Operação Sanatório busca coibir a prática de estelionato, que teria sido realizada por meio do site www.leiloeiromaluco.com.br. Cerca de 70 pessoas, de várias partes do país, teriam sido lesadas. Um mandado de prisão já foi cumprido. Dois mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em Belo Horizonte e Ribeirão das Neves. Participam da operação um promotor de Justiça e 18 policiais Militares.
O possível estelionatário, que é formado em Ciência da Computação, foi conduzido à 10ª Delegacia Distrital de Ribeirão das Neves. Foram apreendidos nove discos rígidos de computadores, três notebooks, três pendrives e documentos. Contas bancárias e bens dos membros da suposta quadrilha foram bloqueados. Eles poderão responder pela prática de estelionato na forma continuada, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Entenda o caso
Em janeiro deste ano, o Ministério Público Federal encaminhou a Promotoria Estadual de Crimes Cibernéticos notícia-crime, na qual um denunciante informava que havia recebido, via correio eletrônico, uma propaganda com uma promoção do site de compras coletivas www.alertados.com.br, referente a uma promoção de compra de 200 lances digitais no site de leilões de centavos www.leiloeiromaluco.com.br.
A vítima se cadastrou no site de leilão de centavos, que inicialmente supôs ser idôneo. Comprou um cupom de desconto de 200 lances de centavos e, quando foi usa-lo, no site ora denunciado, percebeu que não era possível. A vítima tentou então entrar em contato com o referido site, mas não obteve êxito.
Ela então comprou um novo cupom de 150 lances no valor de R$ 135 e começou a dar lances. Nesse momento observou que o site foi criado para praticar estelionato, sendo que utiliza botnets, uma espécie de robô que acompanha o leilão virtual e efetua o lance automaticamente, para sempre ganhar e lesar as demais vítimas.
Segundo pesquisas realizadas pela equipe da Promotoria de Combate aos Crimes Cibernéticos, o golpe segue o modelo penny auction, que conta com mecanismos para fraude (elevação dos preços dos produtos, por exemplo). Eles são inclusive vendidos pela rede mundial de computadores como templates (documento sem conteúdo, com apenas a apresentação visual) e com bots programados (aplicação de software concebido para simular ações humanas repetidas).