A presidente Dilma Roussef desembarcou neste domingo em Los Cabos, no México, para participar da reunião do G-20, que se realizará nesta segunda e terça-feiras, preocupada com os destinos da zona do euro, a exemplo de todos os demais chefes de Estado. Nas suas intervenções, Dilma vai insistir na tese de que a receita da chanceler alemã, Angela Merkel, de contenção de gastos, na verdade, é boa só para ela.
A presidente defende a necessidade de se garantir investimentos, para evitar a recessão, que atinge diversos países da Europa, como a Espanha, Portugal e Grécia e ameaça Itália e França. Dilma entende que o estímulo ao consumo é uma saída, porque faz girar a economia. Para a presidente, o caminho da recuperação da economia mundial não passa pela contenção de despesas, mas pela distribuição de renda com estímulo ao crescimento.
Em seus discursos, a presidente Dilma vai voltar a bater na tecla da necessidade de reformulação dos organismos internacionais como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, assim como do próprio Conselho de Segurança das Nações Unidas. Na avaliação da presidente, a ampliação do aporte de recursos para o FMI depende da reformulação do organismo. Ela tem pregado ainda que os próprios países emergentes têm de aumentar esta contribuição para que se possa operar a salvação dos países europeus que estão em crise.
Dilma pretende reiterar também que a retomada do crescimento em nível global não pode depender apenas de medidas adotadas pelos países emergentes. No almoço em homenagem ao Rei da Espanha, Juan Carlos II, a presidente Dilma afirmou que "em um momento de crise é fundamental insistir em uma ação coordenada e solidária entre todos os grandes atores da economia mundial, em especial, uma ação coordenada e solidária entre os próprios países da Europa".
Ela chegou a anunciar que esta é a mensagem que o Brasil levará à próxima Cúpula do G-20, no México: "A afirmação da importância do crescimento econômico e, simultaneamente, a tomada de medidas na área dos esforços macroeconômicos de estabilidade. Não há incompatibilidade entre as duas, ao contrário. É necessário o crescimento para que o ajuste não seja feito em detrimento dos interesses dos povos dos países europeus e dos povos de todos os países do mundo."
A presidente lembra ainda que o Brasil tem adotado medidas para fortalecer a economia local e estimular o crescimento. "Nós sempre defendemos que a saída da crise passa, fundamentalmente, pelo crescimento econômico com distribuição de renda, pela criação de empregos e pelos esforços de combater a pobreza e promover a justiça social. Tal esforço não é compatível com a paralisia, nem tampouco é incompatível com a necessária busca do equilíbrio macroeconômico", disse Dilma no encontro com o rei da Espanha, afirmações que pretende reiterar nos encontros que mantiver no México, durante o G-20.