Líderes do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul disseram nesta segunda-feira que vão estudar um plano para colocar e deixar disponível parte de suas reservas para cada um deles no caso de dificuldades financeiras. Será um fundo virtual, disponibilizado por cada país quando for necessário, de acordo com o ministro de Fazenda, Guido Mantega.
Os países do chamado Brics não discutiram quanto cada um vai colocar no fundo virtual, mas aqueles com reservas maiores contribuirão mais, afirmou Mantega. Os recursos são restritos a países do grupo.
O arranjo permite aos bancos centrais fazerem empréstimos emergenciais para ajudar a manter os mercados com liquidez. "Esse é um passo na direção do aumento na confiança", afirmou Mantega a jornalistas após encontro dos líderes, realizado antes da reunião formal do G-20. "Esse é o tipo de mecanismo que fortalece as finanças internacionais."
O aumento da confiança é um esforço necessário porque a economia global está piorando e os países europeus não conseguem convencer os mercados financeiros que suas soluções funcionarão, afirmou Mantega. Segundo o ministro, economias em todo o mundo precisam de mais estímulo e gastos com investimentos para alavancar o crescimento e reconquistar a confiança dos mercados e da população.
Os países emergentes querem que o G-20 endosse mais este tipo de gasto, mas não está claro ainda se isso acontecerá. "Vai depender dos países desenvolvidos", explicou o ministro. "Esperamos que os países avançados adotem mais medidas de estímulo."
Os países concordaram também com o aumento de suas contribuições para o Fundo Monetário Internacional (FMI), para dar à instituição mais poder de fogo para ajudar os países em enfrentam dificuldades financeiras. Quatro dos cinco integrantes do Brics já decidiram quando darão, e podem anunciar o valor durante a reunião do G-20.