O secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Alessandro Teixeira, defendeu hoje a maior integração dos países do Mercosul para aperfeiçoar as relações entre os parceiros do bloco econômico, principalmente o comércio do Brasil com a Argentina.
“Nós temos várias críticas públicas, mas a solução para o comércio entre Brasil e Argentina é o fortalecimento do Mercosul. É a realidade da economia brasileira e das economias do continente. A nossa competição não é entre Brasil e Argentina, Brasil e Uruguai ou entre Brasil e Paraguai. Sofremos competição asiática com preços baixos, que tem afetado a indústria brasileira e que desmontou indústrias argentinas”, comentou Teixeira na audiência pública promovida pelo Senado Federal para debater alternativas que possam destravar as relações comerciais entre Brasil e Argentina.
Teixeira admitiu que houve queda no comércio com a Argentina, que atribuiu ao momento de instabilidade da economia mundial. “É verdade que nós, nos primeiros quatro meses do ano, tivemos uma queda expressiva do comércio bilateral, mas é importante ressaltar que o advento dessa queda não é responsável pelo trancamento do comércio bilateral, é resultado da crise internacional que assola a economia”.
Para o secretário executivo, “se existe integração e volume de comércio, há problemas”, ao comentar as barreiras impostas pelo país vizinho à entrada de produtos brasileiros. Segundo ele, as conversas têm sido permanentes para aperfeiçoamento dessa relação comercial. Uma nova reunião entre os governos brasileiro e argentino está marcada para a próxima semana, em Buenos Aires.
“Da forma como foi construído o Mercosul, não existe desenvolvimento industrial brasileiro sem parceria com a Argentina, que é o nosso maior mercado de exportação e importação. É importante ressaltar que o desempenho e crescimento da economia argentina são muito importantes para economia brasileira”, destacou o secretário executivo.
Desde fevereiro, está em vigor um mecanismo de licença prévia de importação imposto pela Argentina. Na prática, uma medida que burocratiza a liberação de cargas, atrasa os embarques e prejudica vários setores exportadores do Brasil.