O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), divulgado nesta quarta-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) atingiu 56,1 pontos em junho, caindo 1,8 ponto em relação a maio. O movimento revela uma reversão vista nos primeiros meses de 2012 ao atingir o menor patamar do ano. Na comparação com junho do ano passado, o recuo foi de 1,5 ponto. Até maio, o otimismo do empresariado estava maior e foi influenciado, de acordo com a entidade, pela queda dos juros e pelas medidas de incentivo adotadas pelo governo, como o Plano Brasil Maior.
Conforme os dados da CNI, a queda da confiança dos industriais este mês foi disseminada, ao ser registrada em 21 dos 28 setores analisados. A indústria da construção revelou uma diminuição do indicador de 60,2 pontos verificados em junho do ano passado e em maio de 2012 para 58,5 pontos este mês. A indústria de transformação recuou para 54,7 pontos em junho ante 56,3 pontos vistos em maio e 56,5 pontos verificados em igual mês do ano passado. Já a indústria extrativa, que está agora com 60,8 pontos, subiu na comparação com maio (59,3 pontos), mas caiu ante junho de 2011 (63 pontos).
De acordo com o levantamento da CNI, a queda da confiança do empresariado industrial foi influenciada, principalmente, pelos executivos das grandes companhias. O indicador nas empresas de grande porte passou de 58,1 pontos em junho do ano passado para 56,8 pontos agora - em maio também foi registrado recuo, já que estava em 59,4 pontos. Nas médias empresas, o indicador ficou em 55,7 pontos este mês ante 57,3 pontos de maio e 57,2 pontos em junho de 2011. Apesar de registrar uma queda menos acentuada, as pequenas companhias são as que apresentaram o menor grau de confiança este mês: 54,9 pontos. O indicador estava em 55,5 pontos no mês passado e em 57,1 pontos em junho de 2011.
Apesar das quedas generalizadas, pode-se dizer que o empresário brasileiro ainda continua com certo grau de confiança, já que, como o Icei varia de zero a cem, os valores acima de 50 pontos ainda indicam otimismo. O levantamento da CNI foi feito com 2.495 empresas, das quais 866 pequenas, 987 médias e 642 de grande porte, entre os dias 1º e 18 de junho.
Para o economista da CNI Marcelo de Ávila, a confiança do empresário caiu por causa da crise externa e da retração da demanda interna. "O cenário para a indústria é de estagnação", resumiu, por meio de comunicado. De acordo com ele, há entre os empresários um sentimento de frustração e de que as coisas não estão melhorando. Ávila salientou ainda que a demanda interna está perdendo a força e que a valorização do dólar na comparação com o real ainda não foi suficiente para melhorar as exportações.
Futuro - O Icei é composto também por expectativas futuras, que estão melhores do que as presentes. O otimismo em relação às condições atuais da economia e da empresa em que o entrevistado trabalha caiu de 48,6 pontos em maio para 46,9 pontos em junho, ficando abaixo da linha divisória dos 50 pontos. Isso, conforme a CNI, indica que os empresários estão pessimistas. Em relação ao futuro - que leva em conta as perspectivas para os próximos seis meses - ainda seguem no campo positivo, apesar de também estarem menores. A confiança dos empresários para esse período ficou em 60,6 pontos.
Regiões - Por região, vale ressaltar que o Sudeste concentra o maior volume de empresários menos otimistas: o indicador saiu de 56,1 pontos em junho do ano passado para 53,5 pontos agora; em maio estava em 55,9 pontos. No Sul, o Icei ficou em 54,8 pontos este mês ante 55,8 pontos em maio e 54,3 pontos em junho de 2011. No Centro-Oeste, o indicador passou de 58,7 pontos em junho do ano passado para 59,8 pontos em maio deste ano e 56,4 pontos agora.
Na região Norte, a diminuição foi de 64,2 pontos em junho de 2011 para 58,3 pontos em maio e 57,7 pontos este mês. Apesar de o Nordeste seguir como a região mais otimista, o indicador também apresentou baixa ao passar de 63,6 pontos em junho do ano passado para 61,5 pontos no mês passado e 60,2 pontos em junho.