Os passageiros que forem usar o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, podem esperar: a partir do segundo semestre, irão cruzar com tapumes e canteiros de obras por todos os lados. O terminal se prepara para iniciar três projetos: as obras nos saguões, embarques e balcões de check-in, ampliação e recuperação do pátio e da pista de pouso e decolagem e o início da construção do módulo operacional provisório (MOP), o puxadinho.
Das três mudanças, o maior impacto para o usuário vai ser nas obras dos saguões. “Mas o planejamento da obra vai ser feito de forma a minimizar a rotina dos passageiros. Vamos tentar evitar, por exemplo, as obras nos balcões de check-in durante o período de alta temporada”, afirma Adair Moreira Júnior, gerente de empreendimentos da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).
Já no segundo semestre, a praça de alimentação de Confins vai ser transferida para o terraço, as lojas vão mudar para o mezanino e o estacionamento 1, que está parcialmente interditado, volta a funcionar normalmente. A reforma do terminal 1 está prevista para terminar em dezembro de 2013, junto com a obra do puxadinho. A obra vai aumentar a capacidade do aeroporto em 1,4 milhão de passageiros e a da MPO em 4,9 milhões.
A Infraero fez ontem uma audiência pública em Confins para apresentar para a sociedade o estudo de impacto ambiental (EIA) e o relatório de impacto ambiental (Rima) do terminal de passageiros 2, do terminal provisório, do edifício garagem e sistema viário interno, da ampliação do terminal de cargas e da ampliação do reservatório de água potável, feito pela consultoria Praxis.
Os ruídos no aeroporto, a segurança e a capacidade da estação de tratamento de esgoto (ETE) de Confins foram questionados pelos moradores e representantes dos órgãos ambientais. “O aeroporto está em área de patrimônio mundial. A dois quilômetros da cabeceira da pista tem os sítios arqueológicos que precisam ser observados”, diz Procópio de Castro, membro do Subcomitê da Bacia de Ribeirão da Mata, composta pelos municípios de Santa Luzia, Lagoa Santa, Vespasiano, Confins, São José da Lapa, Pedro Leopoldo, Ribeirão das Neves, Matozinhos, Capim Branco e Esmeraldas. A estação de tratamento de esgoto do aeroporto, ele diz, foi criada para atender 7 milhões de pessoas e está no limite da capacidade. “Se não for ampliada e modernizada o esgoto vai direto para o Rio das Velhas”, afirma.
Adair Júnior afirma que todas as ponderações da audiência serão analisadas. “Mas nosso estudo técnico mostra que a estação tem capacidade para atender o aumento de demanda no aeroporto”, diz. A Infraero deu entrada em toda a documentação necessária para a liberação da licença ambienta do terminal 2 e do provisório. É preciso, agora, esperar pelo sinal verde para poder tocar as obras.