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Estado de Minas

Voos e hotéis vão ficar mais baratos no Brasil

Governo anuncia, no segundo semestre, pacote para colocar o país entre os três principais destinos do mundo em 2022


postado em 24/06/2012 07:39

O Nordeste brasileiro é sempre uma boa pedida para as férias, principalmente no verão, mas o custo do passeio é alto (foto: Secretaria de Turismo )
O Nordeste brasileiro é sempre uma boa pedida para as férias, principalmente no verão, mas o custo do passeio é alto (foto: Secretaria de Turismo )
Brasília – Empenhada em estimular os investimentos e a retomada da atividade econômica, a presidente Dilma Rousseff deve anunciar até agosto o Plano de Metas do Turismo (PMT) para os próximos cinco anos. O documento, em fase final de elaboração, terá como principal objetivo colocar o Brasil entre as três principais potências turísticas globais até 2022. Hoje, o país ocupa a sexta posição nesse ranking.

Além do plano, o governo vem desenvolvendo estudos para desonerar o setor, reduzindo tributos sobre hotéis e passagens aéreas, por exemplo. "Estamos discutindo com o Ministério da Fazenda as formas de fazer isso e a expectativa é que as medidas sejam anunciadas no segundo semestre", disse o ministro do Turismo, Gastão Vieira.

Ele, no entanto, admite que estimular o turismo interno é um desafio, especialmente quando comprar um pacote de viagem para o Nordeste, hoje, é mais caro do que viajar para Miami, nos Estados Unidos. Vieira revelou para a reportagem reconhecer que o Brasil está cada vez mais proibitivo para turistas brasileiros e estrangeiros devido aos altos preços de hotéis, passagens aéreas, restaurante e táxis. Um dos vilões dessa história foi a queda do dólar, que chegou a R$ 1,60 no ano passado, mas voltou a subir e hoje está acima de R$ 2.

Não à toa, a entrada de estrangeiros no país está estagnada em torno de 5 milhões por ano desde 2010. O número de turistas dos Estados Unidos, por exemplo, caiu quase 8,24% no ano passado. Com tudo isso, o déficit no turismo brasileiro é crescente e gira atualmente em torno de US$ 11 bilhões. "O brasileiro é um dos que mais gastam no exterior nesse mundo em crise. Nos EUA, o gasto médio é US$ 5 mil", lembra Vieira.

O pontapé inicial para fazer o Brasil galgar degraus no ranking do turismo mundial, segundo Vieira, será a Copa do Mundo de 2014. Até lá o crescimento do setor está garantido, mas o desafio será manter o fluxo, de forma sustentável, após o maior evento futebolístico do planeta. "As Olimpíadas de 2016 vão ajudar, mas é preciso traçar planos de longo prazo e dar segurança aos investidores que quiserem apostar na construção de novos hotéis nas cidades onde os jogos ocorrerão", destaca.

Pelas estimativas do ministério, a Copa vai atrair três milhões de turistas para as 12 capitais que sediarão os jogos, dos quais 600 mil estrangeiros. "O volume de negócios nesse período girará em torno de R$ 18 bilhões", afirma Vieira, valor altamente significativo para um setor que fatura R$ 30 bilhões por ano. "A Copa é um evento específico e não deverá ser afetada, mesmo com a atual crise na Europa. Envolve um tipo de sentimento que não está no cotidiano", diz ele. "A prova disso é que 50% dos ingressos colocados pela Fifa em 36 países já foram vendidos, superando as expectativas dos organizadores", completa.

Competitividade

O Ministério do Turismo vem discutindo com outros órgãos do governo um conjunto de ações para diminuir o custo e aumentar a competitividade do setor hoteleiro para receber turistas a preços mais razoáveis. No próximo dia 27, o ministro Gastão Vieira tem uma reunião com donos de hotéis e resorts e com técnicos do Ministério de Minas e Energia (MME) para discutir a mudança na tarifação da energia elétrica desses estabelecimentos. "Hoje eles pagam pelo preço fixo de consumo, como a indústria. Mas querem pagar por aquilo que consumirem, como o cliente residencial. Essa pauta tem muito sentido e pode ser atendida", afirma Vieira.

Outra medida em estudo é a isenção do Imposto de Importação para equipamentos de parques temáticos. "Hoje, eles pagam a alíquota cheia (35%) sem que haja um similar nacional", critica. O ministro revela ainda que também pretende acelerar o a depreciação dos equipamentos utilizados pelos hotéis. "Essa será uma vantagem contábil", destaca. Segundo ele, outro objetivo é transformar o turismo em uma atividade de comércio exterior para que tenha os mesmos benefícios dados aos exportadores, como isenção de impostos e crédito de adiantamento à exportação facilitado.

Além disso, os turistas, como no exterior, teriam descontos nas lojas e devolução de impostos. "Sei que isso deverá demorar, mas é necessário que comece a ser discutido", afirma Vieira. Na área de desoneração tributária, os ministérios do Turismo e da Fazenda discutem a redução do PIS e da Cofins na operação das companhias aéreas. Hoje, esses dois tributos representam 18% dos custos. Com os estados, a ideia é negociar a redução do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incide no querosene de aviação. "Precisamos iniciar as negociações, que deverão ser bem longas", completa.

O ministério também pretende ampliar a capacitação de profissionais — 240 mil estão em curso e novas vagas serão abertas — e fazer parcerias com a iniciativa privada. Além disso, uma das principais discussões é a diversificação do turismo no Brasil. "Além do turismo de negócios, há grande potencial no de aventura. É preciso trabalhar na certificação desses segmentos, assim como bares e restaurantes, observa. "A nossa ideia é chegar a 10 milhões de turistas em 2017. Para isso, é preciso trabalhar duro e melhorar toda a cadeia produtiva do setor."


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