A Espanha formalizou o pedido de ajuda à Eurozona para o setor bancário, em uma carta publicada nesta segunda-feira, na qual omite os detalhes do plano que deve ficar pronto até 9 de julho, data da próxima reunião do Eurogrupo.
"O ministro da Economia e Concorrência, Luis de Guindos, enviou hoje ao presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, a carta na qual solicita, em nome do governo da Espanha, assistência financeira para a recapitalização das instituições bancárias que assim a solicitarem", afirma a carta.
O governo espanhol havia anunciado na quinta-feira que os bancos do país precisavam de 62 bilhões de euros no máximo, com base nos resultados de auditorias independentes. A Eurozona havia proposto um valor máximo de € 100 bilhões.
O valor da ajuda solicitada e as modalidades do empréstimo ainda não foram definidos.
O ministro Guindos anunciou na semana passada que a ajuda poderia acontecer com um empréstimo a 15 anos, com taxas de juros entre 3% e 4%.
O governo espanhol se declara disposto a efetivar os detalhes do empréstimo "antes de 9 de Julho para que se possa discutir no próximo Eurogrupo", que reunirá os ministros de Economia e de Finanças dos 17 países da zona do euro.
"A eleição do instrumento concreto no que materializará esta ajuda, terá em consideração às diferentes possibilidades disponíveis na atualidade e aquelas que podem decidir no futuro", disse Ministério.
A ajuda deveria ser aportada primeiro pelo Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) e depois por seu sucessor, o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), que deverá entrar em vigor no início de julho.
Com o empréstimo, a Espanha se tornará o quarto país da zona do euro a ser beneficiado por uma ajuda europeia, depois de Grécia, Irlanda e Portugal.O auxílio está limitado ao setor bancário espanhol, muito fragilizado após a explosão da bolha imobiliária de 2008.
Para tentar tirar da crise uma Europa imersa em austeridade, os dirigentes das quatro principais economias da zona do euro, reunidos na sexta-feira em Roma, pediram para que fosse mobilizado entre 120 e 130 bilhões de euros para programas de crescimento.
Os mercados estavam também nervosos nesta segunda-feira, antes da reunião europeia de 28 e 29 de junho. Após ter aberto em queda de 1%, a Bolsa de Madri perdia 2,41%, para até 6.710,7 pontos às 11H20 local (09H20 GMT; 06H20 de Brasília).