Apesar de manterem uma postura de cautela em relação ao cenário econômico em 2012, os principais executivos mundiais dos fundos de private equity, carteiras que compram participação em empresas, estão otimistas. A conclusão é do relatório Capital Confidence Barometer - Private Equity, elaborado pela Ernst & Young e divulgado nesta segunda-feira.
Pelo levantamento, 48% dos 150 investidores de fundos pesquisados em todo o mundo se mostraram confiantes no número de oportunidades de negócios neste ano. Menos de 6% disseram estar pessimistas, índice menor do que os 11% registrados há seis meses, na edição anterior da pesquisa.
O sentimento geral é o de que a qualidade das oportunidades de negócios caiu ligeiramente desde meados de 2011. Enquanto na pesquisa anterior 47% dos entrevistados descreveram a sua confiança na qualidade das oportunidades como "positiva" ou "muito positiva", esse número caiu para 37,5% nesta nova edição.
Emergentes
A alta taxa de crescimento econômico apresentada pelos mercados emergentes nos últimos anos, especialmente na Ásia, continua atraindo grande interesse de investidores de private equity, sendo que 87% dos entrevistados identificaram a chamada Ásia emergente como destino para o aumento das atividades de aquisição ao longo dos próximos 12 meses. A Índia ficou em segundo lugar, com 80% planejando aumentar a atividade no país, e a China em terceiro, com 77%. África e América Latina (incluindo o Brasil) completam a lista dos cinco principais destinos, entre os mercados emergentes, para investimentos.
Ao todo, 49% dos entrevistados classificaram as condições econômicas globais como "melhorando". Há seis meses, essa porcentagem era de apenas 20%. Sobre as fusões e aquisições, 43% dos entrevistados disseram que os preços aumentarão no próximo ano, ante 30% em outubro. Já outros 44% disseram que os ativos de fusões e aquisições não terão seus preços alterados significativamente.
As empresas de private equity com sede na região da Ásia-Pacífico e na América do Norte estão mais otimistas em relação a suas economias locais, enquanto os entrevistados da Europa Ocidental se mostraram menos otimistas e veem a economia em um "modesto declínio", destaca a pesquisa.
Apenas 8% dos entrevistados concordaram com a afirmação de que a crise na zona do euro não afetou seus negócios - nenhum deles era da Europa Ocidental. Mas a crise criou novas oportunidades, bem como desafios, destaca o levantamento. Do lado do investimento, um em cada quatro entrevistados identificaram as fusões e aquisições oportunas como a principal área de interesse. A pesquisa também aponta que 26% das empresas de private equity estão aumentando o foco em capital de giro e gestão financeira das empresas de portfólio para evitar uma crise de liquidez.