A cautela antes da cúpula da União Europeia (UE) no fim desta semana, já vista nos mercados internacionais, deve deixar a Bovespa orbitando ao redor da estabilidade nesta terça-feira. Indicadores econômicos dos Estados Unidos, porém, podem definir (ou não) uma direção para os negócios. Além disso, o principal índice de ações brasileiro pode passar por certa correção após o "exagero" de segunda-feira, quando perdeu o nível dos 54 mil pontos, impactado por Petrobrás. Por volta das 10h05, o Ibovespa subia 0,51%, aos 54.081,51 pontos. No mesmo horário, na Europa, a Bolsa de Frankfurt estava estável e a Bolsa de Paris tinha leve queda de 0,05%. Em Nova York, o futuro do S&P 500 exibia alta de 0,24%.
O operador sênior da Renascença Corretora, Luiz Roberto Monteiro, prevê uma "pequena correção" para o Ibovespa nesta terça-feira, mas ressalta que os investidores aguardam a reunião da UE e dados dos Estados Unidos e, assim, devem ficar "com o pé atrás". "Ontem, o mercado decidiu estressar. Hoje, deve ficar mais de lado, de olho no cenário externo. A correção, se confirmada, será em função do exagero de ontem", afirma.
Na segunda-feira, ao fechar em queda de 2,95%, aos 53.805,38 pontos, o Ibovespa voltou a ficar negativo no mês (-1,26%). No trimestre, a perda acumulada gira em torno de 17%. Na Europa, seguem as incertezas em torno da reunião de cúpula da UE desta quinta e sexta-feira. Há dúvidas sobre a capacidade dos líderes do bloco de encontrarem soluções comuns para os problemas econômicos enfrentados pelos países da região. Mais cedo, Espanha e Itália voltaram a elevar os juros ofertados em seus títulos para conseguir vender os papéis em leilões primários, o que confirma a apreensão dos investidores.
Já nos EUA, a agenda econômica traz em destaque a divulgação do índice de preços de moradias em cidades norte-americanas e do índice de atividade regional em Richmond e da confiança do consumidor. Nesta terça-feira à tarde, saem números do API sobre os estoques semanais de petróleo bruto e derivados no país. "Os indicadores dos EUA têm sido divergentes, então os mercados trabalham muito no dia. Só daremos mais importância a eles quando houver uma tendência mais positiva", pondera Monteiro, referindo-se a uma eventual alta do Ibovespa diante dos dados norte-americanos previstos para esta terça-feira. "Principalmente, se vierem ruins", diz.
Internamente, o foco está novamente na Petrobras. Na segunda-feira, as ações ON da estatal petroleira caíram 8,33% e as PN, 8,95%. Os reajustes da gasolina (7,83%) e do diesel (3,94%) "desapontaram", na avaliação de um operador de renda variável que falou sob a condição de não ser identificado. O que aconteceu com os papéis da empresa também "é típico de stop loss", diz o mesmo profissional, prevendo correção para estas ações também.
Após falar-se em reajuste entre 10% e 15% e a confirmação dos porcentuais mencionados acima, os investidores trabalham, porém, com a informação de que a Petrobras continuará brigando por aumentos e pela paridade de preços de seus produtos com os preços do mercado internacional.