O comércio eletrônico está definitivamente decolando como atraente opção de negócio no Brasil. De acordo com pesquisa da empresa e-bit, especializada em e-commerce, o setor faturou R$ 18,7 bilhões em 2011. O segmento teve a adesão de nove milhões de novos consumidores, sendo que o valor do tíquete médio foi de R$ 350, um dos maiores do mundo. Para 2012, o e-bit estima que as vendas pela internet deverão movimentar R$ 23,4 bilhões, cifra 25% maior que em 2011. O crescimento desse setor tem muito a ver com a melhora no poder de compra da população brasileira, principalmente da classe C.
A sétima edição da pesquisa Observador Brasil 2012, feita pela empresa Cetelem BGN, do Grupo BNP Paribas, em parceria com o instituto Ipsos Publics Affair, apontou que 54% da população brasileira faz parte da classe C. Ainda segundo o estudo, no ano passado, 2,7 milhões de brasileiros mudaram o perfil de renda, deixando as classes D e E para integrarem a classe C. Além disso, 230 mil pessoas saíram da classe C e entraram para as classes mais ricas (A e B).
Conforme os dados da Fecomercio-SP, o Brasil conta atualmente com 80 milhões de internautas, sendo que, aproximadamente 34% deste montante, realizam compras virtuais. O diretor de marketing da JN2 e-commerce solutions, Leonardo Neves, ressalta que entre os principais desafios para atuar com esse tipo de público estão a conquista da confiança do consumidor e a prestação de atendimento mais próximo e consultivo. Neves também destaca algumas estratégias na hora vender para a classe C, como o atendimento. “Disponibilize telefones de contato, chat e seja acessível nas principais redes sociais. Permita que o consumidor possa fazer o pedido por telefone. Ao escolher em quais redes sociais pretende ter uma presença ativa, lembre-se de que o Orkut ainda tem maior penetração na classe C do que o Facebook”, explica.
Outra dica do especialista é oferecer variedade em relação à forma de pagamento e usabilidade do site de compras. “As grandes empresas que obtiveram sucesso vendendo para classe C sempre se preocuparam em oferecer flexibilização das formas de pagamento. O processo de compra também deve ser rápido e sem distrações para o consumidor, como animações em flash, banners pop-up ou processos morosos. Foque em levar o consumidor a fechar o pedido com o mínimo de cliques possíveis”, completa.
Por último, Neves informa sobre a importância de oferecer preço e qualidade para o público da classe C, que também dá valor a esses itens na hora de ir às compras e fechar negócio. “Não podemos nos enganar, pensando que basta ter preço baixo para atrair os consumidores. Eles buscam sim preços competitivos e até utilizam os recursos de sites que comparam os preços de produtos similares. No entanto, eles também estão em busca de qualidade, pesquisam na descrição dos produtos e nas redes sociais informações para que possam definir ou não a compra”, conclui.