São Paulo – Para retornar ao lucro e ganhar a confiança dos investidores, a Usiminas está promovendo um grande plano de redução de custos e de adequação de instalações com o objetivo de melhorar a eficiência na produção, informou, ontem, o presidente da companhia, Julián Eguren. Diferentemente dos rumores que correm no mercado financeiro, o executivo negou a venda de ativos da siderúrgica no momento, descartou corte unilateral de trabalhadores, mas admitiu a possibilidade de adoção de um programa de demissões voluntárias. "Está sendo avaliado um plano de cortes de custos muito grande e avaliamos também as instalações de baixa utilização, concentrando a produção nos equipamentos mais modernos. Nós temos de exigir um pouco mais da atual operação, porque a concorrência continua”, disse, ao fim de um debate no 23º Congresso Brasileiro de Siderurgia.
A Usiminas amargou prejuízo de R$ 37 milhões no primeiro trimestre deste ano, ante um lucro que já havia sido bastante modesto, de R$ 16 milhões, no mesmo período de 2011. As ações da empresa na bolsa de valores têm sofrido com a desvalorização. Segundo Eguren, os acionistas não pensam em partir para uma capitalização da siderúrgica e ainda estudam o futuro de ativos, como a Usiminas Mecânica e a Automotiva. A primeira tem futuro, de acordo com o executivo, em razão da necessidade de o país superar as deficiências de infraestrutura, e a segunda está um pouco mais ligada à atividade industrial.
Quanto a um plano de demissões voluntárias, o presidente da Usiminas disse que essa alternativa vai depender do trabalho de adequação das instalações da companhia e dos rumos que o consumo tomar. “Neste momento, não estamos pensando nisso, mas também dependerá do nível de atividade interno e da crise lá fora. Como toda companhia, a Usiminas se move conforme o mercado”, afirmou.
ArcelorMittal As obras de duplicação da usina siderúrgica de João Monlevade, na Região Central do estado – paralisadas desde o fim de 2011 –, poderão ser retomadas ainda este ano, com as perspectivas positivas avaliadas pelo grupo ArcelorMittal, maior fornecedor de aço do mundo, para recuperação do crescimento do Brasil no segundo semestre em 2013. O presidente da ArcelorMittal Aços Longos para as Américas, Jefferson De Paula, afirmou ontem que a decisão sobre o projeto sai em julho ou agosto. “As chances são boas de voltarmos com esse investimento, porque o Brasil está crescendo. E o ponto principal é que vamos manter nossa posição de mercado no país.”
Se o crescimento da economia não promete ser o que as empresas esperavam, para a ArcelorMittal, até mesmo uma taxa modesta de 2,5% de expansão neste ano, com a qual a siderúrgica está trabalhando, representa resultado importante. Segundo o executivo, a companhia ainda prevê crescimento animador, puxado pelo bom desempenho da construção civil, de 6% do consumo de aços longos na média deste ano, e idêntico percentual no decorrer de 2013.
A repórter viajou a convite do Instituto Aço Brasil (IABr)