O diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Carlos Hamilton Araújo, disse hoje (28) que o rebaixamento de notas de oito bancos no Brasil, pela agência de classificação de risco Moody's, não indica preocupação com a saúde das instituições.
Araújo destacou que o ajuste nas notas é um “procedimento generalizado” para adequar as notas de crédito dos bancos com o rating (nota de classificação) soberano do país. “Não manifesta nenhuma preocupação da Moody's com a saúde dos bancos brasileiros”, disse.
A agência fez um ajuste técnico nas notas de crédito das instituições Banco do Brasil, Safra, Santander, HSBC, Bradesco, Itaú, Itaú BBA e Votorantim.
A mudança foi anunciada após uma revisão da classificação dessas instituições iniciada em fevereiro passado. A agência fez uma nova classificação por entender que os bancos brasileiros estavam com notas melhores do que as do governo. Como as instituições financeiras brasileiras têm em suas carteiras títulos da Dívida Pública Federal, a avaliação da Moody's é que a exposição ao risco foi alterada.
“Nossa análise indica que há pouca ou nenhuma razão para crer que esses bancos estariam isolados a partir de uma crise da dívida do governo [brasileiro]”, diz o documento em inglês divulgado pela Moody's.
A revisão foi adotada também em outros países onde os bancos estavam em melhor situação do que os governos locais.