Os contratos futuros de petróleo negociados na New York Mercantile Exchange (Nymex) fecharam em forte queda nesta quinta-feira, caindo ao menor nível em mais de oito meses. A commodity foi pressionada pelas expectativas de que a cúpula da União Europeia, que termina na sexta-feira, novamente não resulte em uma medida concreta de combate à crise da dívida soberana.
O contrato do petróleo WTI para agosto perdeu US$ 2,52 (3,14%), fechando a US$ 77,69 o barril, o menor nível desde 4 de outubro do ano passado. Na plataforma eletrônica ICE, o petróleo do tipo Brent recuou US$ 2,14 (2,29%), encerrando a US$ 91,36 o barril.
A cúpula da UE deixou o mercado apreensivo. Declarações da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e do presidente da França, François Hollande, dão a entender que só há consenso sobre o pacote de estímulo ao crescimento, equivalente a 1% do PIB da região. Uma cópia do documento preliminar do encontro mostra a aprovação do pacote de 120 bilhões de euros, incluindo uma injeção de 10 bilhões de euros no Banco Europeu de Investimento (BEI).
Mas o impasse em relação a algum tipo de compartilhamento de dívida na região persiste. O ministro de Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, parece ter reduzido um pouco sua oposição à ideia. Ele declarou mais cedo que a Alemanha pode concordar com alguma forma de compartilhamento de dívida assim que o governo for convencido de que o caminho em direção ao estabelecimento de controles europeus sobre as políticas fiscais nacionais é irreversível. Entretanto, outros líderes, como o primeiro-ministro da Suécia, acreditam que compartilhar risco é prejudicial para os países saudáveis do bloco.
"O petróleo continua caindo acompanhando a retração das Bolsas e com o nervosismo em relação ao euro", afirma Jim Ritterbusch, presidente da consultoria Ritterbusch & Associates. "Embora ainda seja possível que os líderes europeus tirem um coelho da cartola, as expectativas do mercado estão muito baixas", afirmou em nota o Credit Suisse.
Outro fator que pressionou o petróleo foi o índice de atividade industrial medido pelo Federal Reserve de Kansas City, que caiu para 3 em junho, de 9 em maio. "Os receios com problemas de demanda continuam a assombrar o mercado", afirma Andy Lebow, corretor de commodities da Jefferies Bache.
As perdas do Brent nesta sessão foram contidas pela greve dos trabalhadores da indústria de petróleo da Noruega, que reduz a produção do país em 15%, ou quase 250 mil barris por dia. Segundo analistas, o governo não deve intervir para acabar com o impasse. As informações são da Dow Jones.