A União Europeia aprovou ontem um plano de 120 bilhões de euros para incentivar o crescimento econômico e a geração de empregos, informou o presidente permanente do Conselho Europeu, Hernan von Rompuy. O valor é equivalente a 1% da riqueza nacional bruta dos países europeus, e vem de planos econômicos anteriores, não podendo ser considerado um financiamento novo, e é menor que os 130 bilhões de euros pedidos por Espanha, Itália, França e Alemanha, proposto em uma cúpula na semana passada.
Para alcançar a verba pedida, os 27 membros do bloco usarão recursos do Banco Europeu de Investimento, os chamados bônus projeto, e o Fundo Europeu de Investimento. "Não é apenas injetar dinheiro, mas fomentar a geração de empregos e a atividade empresarial sustentável", explicou von Rompuy.
De acordo com o plano da UE, o Banco Europeu de Investimento poderá emprestar de 150 bilhões a 180 bilhões de euros até o início de 2013, mas antes receberá uma ampliação de capital que será referendada pelo conselho da instituição até o fim do ano. Os primeiros valores a serem liberados serão os bônus europeus, no valor de 4,5 bilhões de euros, para financiar projetos nos setores de transporte, energia e infraestrutura de banda larga. O bloco calcula que outros 55 bilhões de euros vindos de fundos estruturais serão usados para potencializar o crescimento, que poderão ser usados para dar garantia aos empréstimos do banco de investimentos.
Austeridade
O primeiro-ministro da Grécia, Antonis Samaras, reafirmou ontem o compromisso de seu governo com o programa de austeridade e reformas exigido pelos credores internacionais, mas voltou a pedir que algumas exigências sejam relaxadas de modo que seu país possa sair da recessão. Em carta dirigida aos chefes de governo dos outros países europeus, Samaras diz: "Nesta carta, quero reassegurá-los de que a Grécia está absolutamente determinada a cumprir suas obrigações emanadas do recente acordo de ajuda".
Ele acrescenta que vai "acelerar a implementação do programa, com ênfase especial na agenda de privatizações". Recuperando-se de uma cirurgia, Samaras não foi a Bruxelas para o encontro de cúpula Europeu. Em lugar dele, a Grécia está sendo representada pelo presidente Karolos Papoulias e por uma delegação de ministros. Na carta, o primeiro-ministro grego reafirma que seu governo vai buscar "algumas modificações necessárias" nas medidas de austeridade previstas no acordo de ajuda, num esforço para tirar a Grécia de uma recessão que já dura cinco anos.
A troca de credores internacionais da Grécia – formada por Comissão Europeia, BCE e Fundo Monetário Internacional (FMI) – deve chegar ao país na semana que vem para rever as contas públicas, segundo afirmou ontem o porta-voz do comissário de Assuntos Econômicos e Monetários da UE, Amadeu Altafaj Tardio. Ele, no entanto, não estipulou um prazo para o término dessa revisão. "É sempre muito difícil, quando se trata de Grécia, prever quanto tempo uma revisão deve durar", comentou.