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Estado de Minas

UE permitirá ajuda direta aos bancos

Banco Central Europeu vai ficar responsável por supervisionar a região. Acordo agradou principalmente a Itália e Espanha


postado em 30/06/2012 06:00 / atualizado em 30/06/2012 07:07

Brasília – Os líderes da Zona do Euro, na tentativa de evitar uma crise ainda maior na região, colocando em risco a moeda que une 17 países europeus, concordaram ontem em permitir que seu fundo de resgate injete dinheiro diretamente em bancos problemáticos a partir do ano que vem e que intervenha nos mercados de títulos para dar suporte a países membros em dificuldades. As autoridades também prometeram criar um órgão supervisor único, sob a estrutura do Banco Central Europeu (BCE), um começo rumo a uma união bancária europeia, que pode ajudar a amparar a Espanha.

"É um primeiro passo para quebrar o círculo vicioso entre bancos e países", disse o presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, em entrevista à imprensa. O acordo foi considerado uma vitória dos primeiros-ministros da Itália, Mario Monti, e da Espanha, Mariano Rajoy, sobre a primeira-ministra alemã, Angela Merkel, que havia descartado, no começo da semana, qualquer necessidade para tais medidas de emergência. O presidente francês, François Hollande, também saiu vitorioso do encontro.

O presidente do BCE, Mario Draghi, endossou os "resultados tangíveis", que fizeram o euro subir e reduziram as taxas dos títulos de Espanha e Itália. "Foi uma reunião muito difícil, muito dura (...), mas obtivemos resultados", disse van Rompuy. "Tomamos decisões inimagináveis um mês atrás", completou o presidente da Comissão Europeia (CE), José Manuel Barroso.

Princípios O primeiro-ministro espanhol negou que haja condições macroeconômicas no plano de ajuda para a recapitalização dos bancos em dificuldades. "Estamos negociando o memorando com o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF)", explicou após o término da reunião de cúpula da Europa, em Bruxelas, na Bélgica, sede da União Europeia. "Os países deram sinal verde ao pedido da Espanha." Merkel defendia que qualquer socorro deveria ter como contrapartida medidas de austeridade fiscal e monetária por parte do tomador dos recursos.

E a primeira-ministra alemã afirmou que permaneceu "fiel" a seus princípios ao pedir condições em troca das medidas cruciais para ajudar esses países, que nos últimos meses têm sido fortemente castigados pelos mercados, pagando taxas exorbitantes para financiar-se. A injeção de capital diretamente aos bancos espanhóis, que possui um teto de 100 bilhões de euros, será feita através do fundo de resgate europeu, sem passar pelo Estado. "Creio que obteremos algo importante, mas ao mesmo tempo nos manteremos fieis aos nossos princípios: nenhuma ajuda será dada sem condições e sem contrapartidas", disse Merkel.

Uma vez que essa supervisão reforçada entre em vigor, possivelmente antes do final do ano, segundo estimou a UE, a ajuda deixará de contabilizar como dívida pública. Essa é uma grande notícia para a Espanha, um país que tem se comprometido a reduzir seu déficit público a 5,3% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, frente aos 8,9% de 2011, em meio a uma grave recessão e um desemprego que afeta quase 25% da população.


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