O executivo Paulo Kakinoff, que comandava a Audi no Brasil desde abril de 2009, assume nesta segunda-feira a presidência da Gol e já adiantou que o pior das ações de ajuste - que inclui redução de voos, de frota e de 2,5 mil funcionários - já passou e nega a venda da empresa. "Não fui convidado com essa finalidade. Acho que não seria a melhor pessoa para fazer isso", disse Kakinoff, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, desta segunda-feira. A saída de Constantino de Oliveira Junior da presidência despertou rumores sobre a venda da companhia, visto o momento de crise e prejuízos na área. Em 2011, as perdas atingiram R$ 710,4 milhões, o segundo pior resultado da sua história.
“Quando recebi o convite perguntei o que a família, os controladores, esperavam do negócio. E a resposta foi simples: acelerar ainda mais a história de um negócio de sucesso que pertence à família. Não há nenhuma intenção de venda nesse momento. É pura especulação”, reitera Kakinoff ao Estadão.
Segundo Kakinoff, boa parte da reestruturação da companhia já está concluída. Ele também afirmou que sua tarefa mais urgente é a de tornar a empresa aérea mais ágil nas tomadas das decisões. "O meu trabalho já vai estar muito facilitado porque as medidas de reestruturação já começarão a surtir efeito nos próximos quadrimestres. Vou focar muito mais em reforçar o time de gestão”, disse.
O novo presidente da companhia também ressaltou ao jornal que nesse ano é difícil falar sobre lucros, mas disse que é possível que a Gol atinja o equilíbrio de suas contas no último quadrimestre. Kakinoff disse que para tanto, pretende viajar nas aeronaves e conversar com as pessoas. "Meu desejo é interagir mesmo, no check-in, no avião. Não só nessa fase inicial, mas regularmente, com frequência bastante alta, vou me colocar na posição do cliente desde o momento em que ele faz a reserva no nosso site até quando recolhe a bagagem na esteira", disse em entrevista ao Estadão.