O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) só não apresentou deflação no encerramento de junho por conta da alta do grupo Alimentação, que registrou aumento de 0,74% ante queda de 1,03% em igual mês de 2011. Junho e julho, de acordo com o coordenador do IPC-S, Paulo Picchetti, tradicionalmente apresentam inflação baixa e em 2010 e 2011 o índice registrou deflação nesses meses. No acumulado de 12 meses encerrados em maio, o grupo apresentou variação de 4,20%, enquanto em junho chegou a 6,07%. O IPC-S, divulgado nesta segunda-feira pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), encerrou o mês de junho em 0,11%.
De acordo com Picchetti, alguns alimentos in natura apresentaram alta expressiva no semestre com relação a igual período do ano passado. Entre os destaques, o coordenador citou o feijão carioca, com alta de 49,54%, batata (36,87%), cebola (42,35%), manga (42,58%), alface (21,20%) e mamão (19,55%). "Há sempre uma oscilação muito grande nesses itens in natura", afirmou.
O grupo de preços administrados voltou a acelerar no acumulado de 12 meses, passando de 10,32% em maio para 11,13% em junho. Junto com o grupo alimentação, os administrados devem exercer influência positiva na inflação de julho.
O coordenador do IPC-S explicou que os administrados acompanham a curva do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), que, na mesma base de comparação, mostra tendência de alta. "O IGP-M tende a subir nos próximos meses por conta da fraca base de comparação e os preços dos administrados devem subir junto."
A expectativa de Picchetti é de que o IPC-S de julho não apresente grande variação em comparação com junho, ficando em torno de 0,10%.