A companhia siderúrgica chinesa Wuhan Iron and Steel (Wisco) desistiu de construir uma usina no Brasil, o que representaria um investimento de cinco bilhões de dólares, em consequência dos altos custos e da queda da demanda mundial de aço, informa a imprensa chinesa. O acordo para a execução do projeto no estado do Rio de Janeiro foi assinado em abril de 2010 entre a Wisco e a empresa brasileira LLX, do grupo EBX, do empresário Eike Batista.
Segundo os termos do acordo, a Wisco teria 70% do capital e a EBX 30%. A capacidade de produção prevista para a nova usina seria de cinco milhões de toneladas. Se fosse concretizado, o projeto seria o investimento chinês mais importante realizado no Brasil e o maior da China em uma empresa estrangeira, como chegou a afirmar o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.
Mas a Wisco decidiu renunciar ao projeto depois de estudos de viabilidade que demonstraram altos riscos, segundo fontes ligadas ao projeto e citadas pelo jornal 21st Century Business Herald.Os custos aumentaram exponencialmente, enquanto a usina, que seria construída na zona industrial do Porto do Açu, no norte do estado do Rio de Janeiro, também precisaria de 300 km de ferrovias para ser conectada a uma mina de ferro da Wisco.
A contração do mercado brasileiro de aço e da demanda mundial pelo metal também contribuíram para dissuadir a Wisco de levar o projeto adiante, completa o jornal. A empresa também não conseguiu garantir um fornecimento de carvão coque estável e a um preço competitivo, segundo fontes ligadas à empresa.
A AFP não conseguiu entrar em contato com executivos da Wisco para confirmar a informação.