Em meio à retração do mercado mundial de seguros em 2011, o Brasil foi um dos países em que as vendas de apólices mais cresceram, mostra um estudo da Swiss Re, maior resseguradora do mundo, que avalia o desempenho do setor em 147 países. As vendas globais caíram 0,8% e movimentaram US$ 4,6 trilhões.
O mercado brasileiro registrou expansão de 8,7% em 2011, uma das taxas mais altas, atrás de México e Rússia, em torno de 10%. Outros países em desenvolvimento, como China e Índia, apresentaram queda nas vendas de seguros (na casa dos 5,5%), principalmente nos segmentos de vida.
No conjunto dos mercados emergentes houve crescimento de 1,3%. Os países europeus, em meio à crise, tiveram fortes quedas nas vendas de seguros. Na Itália, houve retração de 15% e na França, de 10%. O índice para os países desenvolvidos foi em média um recuo de 1,1% nos prêmios.
Em um vídeo enviado à imprensa no material de divulgação do estudo da Swiss Re, o executivo Daniel Staib, um dos autores do levantamento, destaca que o fraco desempenho do mercado global é explicado pela crise na Europa e o crescimento ainda baixo da economia americana, que reduz a demanda por seguro. "Já os mercados emergentes continuam mostrando crescimento sólido", afirmou, ressaltando que esse ritmo deve continuar em 2012.
Apesar de a crise na Europa ainda estar longe de um desfecho, Staib ressalta que economias como a do Japão e dos Estados Unidos estão se recuperando, o que pode melhorar o desempenho mundial do mercado este ano.
Os dados da Swiss Re mostram que houve desempenho diferente nas vendas globais nos segmentos de vida e não vida. O primeiro teve queda de 2,7% nos prêmios, para US$ 2,6 trilhões. No segundo (que inclui apólices que cobrem grandes obras de infraestrutura e seguros de veículos), a expansão mundial foi de 1,9%.
Alto potencial
Mesmo com o alto crescimento do mercado brasileiro, a penetração do seguro na população é baixa, mostra o estudo. Em 2011, o gasto per capita com seguro era de US$ 398 aqui, enquanto nos EUA é de US$ 3,8 mil e no Reino Unido, de US$ 4,5 mil.
Outro indicador que mostra que o Brasil ainda tem espaço para crescer é a participação do setor de seguros no Produto Interno Bruto (PIB), de 3,2%. Em outros mercados, o porcentual é bem maior, como França (9,5%), EUA (8,1%) e Japão (11%).