No primeiro semestre deste ano, 176 mil universitários aderiram ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). A previsão é de que até o fim de 2012, o número chegue a 250 mil, segundo estimativa do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp). Será um número 233% maior do que o registrado em 2010 - quando 75 mil pediram esse financiamento do governo para fazer um curso superior.
O aumento é resultado das novas regras do fundo - desde 2010, os juros caíram de 6,5% para 3,4% ao ano, a carência para início do pagamento cresceu de 12 para 18 meses após o término do curso e, para alguns casos, não há mais necessidade de fiador. E, se o incentivo é bom para os alunos, também faz bem ao caixa das universidades.
É que, além de o financiamento atrair novos alunos, ele traz segurança. Com o Fies, a universidade recebe os repasses diretamente do governo federal e não corre o risco da inadimplência, ainda alta no setor.
Segundo o Semesp, o índice de inadimplência em 2011 foi de 9,5%, acima dos 6% registrados em outros setores da economia. "Além de ser alta, a instituição não pode interromper o serviço até o fim do contrato. Isso significa que, se o aluno apenas se matricular e não pagar nenhuma mensalidade, ele terá direito a frequentar as aulas o semestre todo. Daí esse empenho para que os estudantes tenham o Fies", explica Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp.