Depois do bom desempenho registrado em maio, as exportações brasileiras de carnes suínas voltaram a cair, em junho, na comparação anual, com vendas 16,76% menores do que em igual mês de 2011. Foram embarcadas 43.913 toneladas ante 52.752 em junho de 2011 e 53.404 em maio. No semestre, no entanto, o volume exportado teve leve aumento, 0,72%, com a venda de 268.783 toneladas.
O faturamento do setor que, em maio havia crescido 9,27%, apresentou queda de 28,75% em junho em relação ao mesmo mês do ano passado. No semestre, houve um recuo de 6,52% somando US$ 687,3 milhões.
Além da maior concorrência no mercado mundial decorrente da crise econômica que afeta, principalmente, países europeus, o resultado reflete os embargos ao produto brasileiro por parte da Rússia, África do Sul, Albânia e Argentina. No caso desse último, a recente retomada dos negócios deverá influir nos próximos resultados, mas “só vai melhorar um pouco”, a situação dos exportadores, acredita o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro Camargo Neto.
Ele defendeu que, para estimular as atividades do setor, devem ser abertos mais mercados, como o Japão, a Coreia do Sul e a União Europeia. O executivo também manifestou a expectativa de um avanço nas negociações do governo brasileiro a fim de destravar as vendas para a Rússia. Desde 15 de junho do ano passado, o governo russo mantém vetadas as compras das carnes produzidas nos estados do Rio Grande do Sul, do Paraná e de Mato Grosso.
Mesmo com uma redução de 52,87% no volume vendido à Rússia, esse mercado ocupa a segunda posição na lista de importadores, com um total, em junho, de 11.623 toneladas. Os maiores embarques seguiram para a Ucrânia, 11.938 toneladas.
Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o governo brasileiro enviou a documentação exigida pela Rússia e aguarda a vinda de uma missão do país, assim como a definição dos locais a serem visitados.