O Banco Central Europeu (BCE) está disposto a fazer mais se for necessário para dar suporte à economia e aos bancos da zona do euro, disse nesta segunda o presidente da instituição, Mario Draghi, durante a reunião trimestral com membros do Comitê de Assuntos Econômicos e Monetários do Parlamento Europeu, em Bruxelas. "O BCE vai manter as linhas de liquidez abertas a todos os bancos solventes", disse Draghi, poucos dias após o banco central anunciar um corte na taxa de juros de referência da zona do euro para o menor nível histórico, de 0,75%, e reduzir a 0% a taxa dos depósitos bancários na região.
O presidente do banco central não especificou quais medidas o BCE poderá tomar. Muitos analistas acreditam que o BCE deveria ressuscitar seu programa de compra de bônus de governos da região, oferecer mais empréstimos de longo prazo ou emprestar para os fundos de resgate europeus para que estes tenham mais recursos para dar suporte direto aos bancos e governos nacionais endividados do bloco. Tais medidas, entretanto, sequer foram discutidas pelo conselho do BCE, disse Draghi na sua entrevista à imprensa após a decisão.
Na última semana, os mercados financeiros ficaram desapontados com a decisão do BCE de não adotar medidas adicionais de estímulo na reunião de política monetária. Draghi, no entanto, defendeu as medidas recentes das autoridades europeias para combater a crise na região, especialmente as decisões da última reunião de cúpula da União Europeia. "Como todos os primeiros passos, a última cúpula foi bem-sucedida em adotar objetivos. Parte do ceticismo (dos mercados) não tem justificativa", criticou. "Todos os participantes (da cúpula) estão totalmente engajados e sabem a importância do tempo."