Caetité – A Renova Energia, braço da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) na área de fontes renováveis, e a GE Energy começam a desenvolver no estado projetos de investimento em energia eólica (a partir dos ventos). A Renova concluiu a instalação de suas três primeiras torres de medição do potencial de geração nas regiões Noroeste e Central de Minas. Os estudos da GE já estão sendo discutidos com técnicos do Instituto de Desenvolvimento Integrado (Indi) e da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico.
O presidente da multinacional para a área de energia na América Latina, Marcelo Soares, informou ontem que os interesses da GE vão além do fornecimento de equipamentos para os parques eólicos, negócio em que está atuando no Brasil. “Estamos discutindo com o governo de Minas outras possibilidades, como o fornecimento da logística das obras dos parques eólicos que virão para o estado e o serviço de manutenção dos equipamentos”, afirmou o executivo, durante a solenidade de inauguração do complexo eólico Sertão 1, construído pela Renova, em Caetité, no Sudoeste da Bahia.
Marcelo Soares disse que a empresa decidiu se antecipar ao lançamento de projetos em Minas já discutindo com o governo estadual como poderá atuar. Os investimentos poderão resultar na construção de um centro de manutenção de parques eólicos no estado, a exemplo da iniciativa que a empresa anunciou para Caetité.
A GE Energy avalia as perspectivas da energia limpa em Minas desde o lançamento do Átlas Eólico do estado, no ano passado. No segmento de fonte renovável no Brasil, a GE tem 729 geradores em carteira e está negociando com novos empreendedores dos parques eólicos. Seu maior cliente, a Renova ergueu 14 parques no complexo Sertão 1 nos municípios de Caetité, Guanambi e Igaporã.
De acordo com o diretor-presidente da Renova, Mathias Becker, os estudos em Minas devem se estender por um ano até que a empresa confirme a perspectiva de produzir 750 megawatts no estado, o suficiente para iluminar as residências de 1,1 milhão de famílias. “Minas Gerais tem um potencial elevado e por isso mesmo a região se tornou prioritária para a Renova”, disse. Os levantamentos no estado deslancharam com o ingresso da Cemig na empresa, por meio da distribuidora carioca Ligth. A concessionária mineira detém 30,2% da companhia energética do Rio, que por sua vez, mantém 26,2% do capital total da Renova.
O diretor de geração e transmissão da Cemig, Luiz Henrique de Castro Carvalho, que também participou do evento, lembrou que a companhia se antecipou aos investimentos em geração eólica, sendo responsável pela implantação do primeiro aerogerador em 1994, no Morro do Camelinho, no Leste do estado. “A expansão da Cemig nessa área de negócios se dará por meio da Renova. É um projeto importantíssimo e vamos investir sempre que a rentabilidade passar nos critérios da empresa”, disse.
Geração Se confirmado o potencial de produção que a Renova prevê no estado, o insumo poderá ser comercializado entre o fim de 2013 e a primeira metade de 2014. A empresa está estudando a geração eólica nos municípios de Janaúba, Diamantina, Buenópolis, Joaquim Felício, Claro dos Poções, Monjolo, Bocaiuva, Juramento e São João da Ponte.
O complexo eólico Sertão 1, o primeiro da companhia, consumiu R$ 1,2 bilhão na instalação de 184 turbinas e 14 parques com capacidade instalada para gerar 294 MW de energia. A produção, no entanto, não será imediata, em razão do atraso nas obras de construção das linhas de transmissão a cargo da Chesf. Segundo Becker, a rede de transmissão só deverá ficar pronta em setembro do ano que vem. Até lá, a Renova adotará um grande programa de manutenção conduzido pela GE Energy.
(*) a repórter viajou a convite da Renova Energia