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Estado de Minas

Vendas no varejo têm a maior queda desde novembro de 2008

Taxa divulgada pelo IBGE caiu 0,8% em maio ante abril. Até maio, acumulam altas de 9,0% no ano e de 7,3% nos últimos 12 meses


postado em 11/07/2012 09:12 / atualizado em 11/07/2012 11:47

A atividade de móveis e eletrodomésticos recuou 3,1% em maio(foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A Press)
A atividade de móveis e eletrodomésticos recuou 3,1% em maio (foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A Press)
As vendas do comércio varejista caíram 0,8% em maio ante abril, na série com ajuste sazonal - quando os efeitos de determinas épocas do ano são levados em conta -, informa o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira. Trata-se do maior recuo registrado desde novembro de 2008, quando a taxa caiu 1,3%.

Na comparação com maio de 2011, as vendas do varejo tiveram alta de 8,2% no mesmo mês deste ano. Até maio, as vendas do varejo acumulam altas de 9,0% no ano e de 7,3% nos últimos 12 meses.

Três entre oito atividades foram responsáveis pela queda de maio em relação a abril. A atividade de móveis e eletrodomésticos recuou 3,1% em maio. Já os combustíveis tiveram redução de 0,8% nas vendas, enquanto o setor de outros artigos de uso pessoal e doméstico encolheu 0,2%.

Quanto ao varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção e de veículos, as vendas caíram 0,7% em maio ante abril, na série com ajuste sazonal. Na comparação com maio de 2011, tiveram alta de 4,2%.

Até maio, as vendas do comércio varejista ampliado acumulam altas de 5,8% no ano e de 5,3% nos últimos 12 meses. Nesse segmento, chama a atenção a queda abrupta de 11,3% nas vendas de materiais de construção na passagem de abril para maio.

"Na verdade, há muita incerteza, não é o momento de fazer investimento, como uma reforma de casa. Então, pode ser que tenha dado uma travada (nas vendas de materiais de construção). Pode ser a explicação para uma queda tão acentuada (na comparação com o mês anterior)", explicou Reinaldo Pereira, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.

No entanto, o pesquisador acredita que o resultado possa ser pontual, por isso é necessário esperar as próximas leituras antes de determinar uma tendência para as vendas no setor.

Estímulos

Para o gerente do IBGE, as medidas tomadas pelo governo para estimular o consumo não estão surtindo efeito nas vendas do varejo. "O governo vem tentando resolver o problema da crise da mesma forma como enfrentou em 2008 e que deu certo. Só que agora tem um ingrediente que não tinha antes, que é o alto nível de endividamento do consumidor. O que os economistas dizem é que dessa vez a saída não é consumo, é investimento", afirmou.

Na avaliação do pesquisador, além do comprometimento de renda das famílias, o quadro de desaceleração da economia também afetou o humor para o consumo.

"Essa queda nas vendas na margem está de acordo com a atual conjuntura de uma desaceleração na atividade econômica. A indústria já apresentou dados de queda. As projeções para o PIB já vêm caindo, já se fala em crescimento de 2%, tem analista falando até em 1,5%. Então, não é um quadro que se estava esperando, que era que em 2012 a economia iria deslanchar. Isso não aconteceu", lembrou Pereira.

No entanto, o IBGE ressalta que o resultado não pode ser encarado como uma tendência de inflexão nas vendas do varejo, por ser um indicador volátil. "Nos últimos doze meses, a taxa de juros vem se reduzindo, houve aumento de salário, o emprego permaneceu forte. Então, essas variáveis vêm se mantendo estáveis e contribuem para esse crescimento de 8,2% (na comparação com maio do ano passado", explicou Pereira.


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