Brasília – A taxa básica de juros (Selic), que já era a mais baixa da história em 8,5%, caiu nesta quarta-feira (11) mais um pouco, e a partir de amanhã (12) será 8% ao ano, valendo pelos próximos 45 dias. A oitava diminuição seguida da taxa, que serve de parâmetro para os juros da economia, foi anunciada há pouco pelo Comitê de Política Monetária (Copom), ao fim da quinta reunião do colegiado de diretores do Banco Central (BC) no ano.
A decisão era esperada pela maioria dos analistas financeiros que todas as semanas são consultados pela pesquisa Focus do BC. Alguns torciam, inclusive, por uma redução mais ousada, para 7,75%, por entenderem que o cenário atual, de inflação em queda e atividade econômica fraca, cria condições favoráveis para o BC afrouxar, tanto quanto possível, a política monetária.
A taxa Selic caiu 4,5 pontos percentuais nas oito reuniões que o Copom realizou do final de agosto de 2011 até hoje, o que resu8lta em uma queda de 36%. Essa redução, porém, não foi acompanhada na mesma proporção pelo sistema financeiro nacional (SFN), em que pese a determinação governamental, no último mês de abril, para que os bancos oficiais baixassem seus juros como forma de estimular os bancos privadas a fazerem o mesmo.
Pesquisa da Fundação Procon de São Paulo mostra que, com base nos dados dos sete maiores bancos do país, mesmo considerando as reduções feitas pela Caixa Econômica Federal e pelo Banco do Brasil, os juros nos bancos caíram muito pouco nos últimos 12 meses: 6,30% na taxa média mensal do empréstimo pessoal, que estava em 5,50% no mês passado, e 12,55% na taxa média do cheque especial, que era 8,36%. Esta é mais alta, em um mês, do que a Selic anual.