No lugar de ir às compras, o consumidor decidiu tentar colocar as contas em dia. O aumento das dívidas das famílias e a insegurança em relação ao futuro da economia brecaram o consumo, apesar das medidas do governo para tentar alavancar o crescimento da economia. As vendas no comércio registraram queda de 0,7% em maio no varejo ampliado (incluindo veículos e material de construção) na comparação com abril, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No varejo simples a queda foi de 0,8%. Enquanto as vendas caem, o calote explode. No primeiro semestre deste ano a inadimplência teve alta de 19,1% em relação ao mesmo período de 2011, segundo a empresa de consultoria Serasa Experian. É a maior alta desde o primeiro semestre de 2002.
“O consumidor se endividou no longo prazo e agora precisou colocar o pé no freio na hora das compras”, analisa Carlos Henrique de Almeida, economista da Serasa. Na comparação de junho deste ano com o mesmo mês de 2011 a inadimplência do consumidor teve alta de 15,4%. Já na comparação com maio o índice teve queda de 0,5%. O levantamento da Serasa aponta que, em média, cada inadimplente tem quatro dívidas não honradas e 60% têm dívidas acima de 100% da renda. A avaliação da Serasa é de que o patamar da inadimplência poderia ser ainda maior, mas a evolução da renda e o desemprego baixo estão atenuando esse cenário.
Em Minas Gerais, as vendas de maio do comércio tiveram queda acima da média nacional (- 1,3%) na comparação com abril. Na comparação com maio do ano passado, no entanto, as vendas no Brasil tiveram alta de 4,2% e em Minas de 2,6%. No acumulado do ano somam alta de 5,8% no país e de 4,95% no estado.
Os segmentos de material de construção e de móveis e eletrodomésticos foram os que tiveram maior queda nas vendas de maio, de 11,3% e de 3,1%, respectivamente, na comparação com abril. “São dois segmentos que dependem do crédito. E é difícil para as famílias que já estão endividadas contraírem mais débitos”, observa Aleciana Sales Gusmão, economista da pesquisa de comércio do IBGE. O setor de veículos, motos, partes e peças registrou alta de 1,5% nas vendas de maio, na comparação com abril. Aleciana acredita que o estímulo do governo às vendas de veículos, com o anúncio da queda do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) no dia 21 de maio, deve ter contribuído para a melhoria das vendas do setor. “Nos meses anteriores esse segmento ficou com vendas próximas de zero ou negativas”, observa Aleciana.
Classe C
Mesmo com esse quadro de inadimplência em alta e queda nas vendas depois de períodos de euforia no consumo, tanto o IBGE quanto a Serasa acreditam que ainda é cedo para falar de “bolha”. “Se for fazer a comparação das vendas com maio do ano passado e com o acumulado do ano o balanço é positivo”, observa Aleciana. “A classe C e a inserção da D e E no mercado de crédito ajudaram a elevar a taxa de inadimplência, pois são consumidores que não têm vivência no financiamento. Mas não dá para falar de bolha”, completa Almeida.
Na região da Savassi, em Belo Horizonte, os lojistas enfrentam dois desafios neste ano: a economia recessiva e a queda nas vendas em função das obras na região. “O ano está difícil. Estou há 22 anos no mercado e só agora as vendas começam a retomar, mas muito lentamente. Muitas lojas estão passando o ponto, em função do alto valor do aluguel. O consumidor está comprando menos. Além de a obra ter prejudicado, o problema econômico do país atrapalha os negócios”, diz Maria Auxiliadora Teixeira de Souza, presidente da Associação dos Lojistas da Savassi.
A fábrica e loja de moda praia Cila e de ginástica Jump sentiram retração de cerca de 10% nas vendas em abril e maio deste ano, na comparação com o mesmo período de 2011. “Sentimos certa incerteza do consumidor”, diz Mara Borges, gerente de marketing da Cila. A partir de junho, no entanto, a marca retomou o fôlego. “No mês passado nossa venda surpreendeu e cresceu em torno de 10% na comparação com o mesmo mês de 2011. E em julho voltou a recuperar, pois é mês de férias. Mesmo com o frio muita gente vai para fora do país ou para o Nordeste”, afirma.
País sobe no ranking de carros
São Paulo – Mesmo com a queda nas vendas de veículos no começo do ano, o mercado brasileiro de automóveis passou da 7ª para a 5ª colocação no ranking mundial, segundo relatório da empresa de consultoria e informações do setor automotivo, Jato Dynamics. O avanço foi registrado mesmo com a queda de 8,7% nas vendas em maio, para 274.476 unidades. O país está atrás da Alemanha, que emplacou 308.054 veículos no período. Segundo a Jato Dynamics, nos primeiros cinco meses do ano, o mercado brasileiro de veículos acumulou queda de 4,4% nas vendas, em comparação com igual período de 2011, com 1,29 milhão de unidades negociadas. Nesta mesma base de comparação, a China apresentou alta de 5,1% nos emplacamentos (6,6 milhões de unidades), enquanto EUA e Japão registram altas, respectivamente, de 13,4% (5,98 milhões) e 55,8% (2,42 milhões), no período .
Em maio, a China manteve a liderança nas vendas globais de automóveis em maio, com crescimento de 17,9% nos emplacamentos de veículos, ante igual período de 2011, para um total de 1,34 milhão de unidades, segundo relatório da empresa de consultoria e informações do setor automotivo Jato Dynamics. A China foi seguida de perto pelos Estados Unidos, que registrou forte alta de 25,7%, e 1,33 milhão de veículos comercializados em maio. O Japão, com crescimento de 65,4%, chegou a 391.256 unidades em maio, alta refletida pela retomada daquele mercado após o terremoto seguido por tsunami, em março de 2011, que atingiu as principais montadoras locais. De acordo com a empresa, os dados chineses incluem apenas veículos de passeio. Para o restante dos países os números incluem carros e comerciais leves.
Toyota A Toyota permaneceu na liderança mundial entre as montadoras em maio, de acordo com o relatório. A companhia japonesa vendeu 543 449 veículos no mês, 88% a mais que no mesmo mês de 2011. Na comparação do acumulado dos primeiros cinco meses deste ano ante igual período de 2011, a alta de vendas da Toyota foi de 34,5%, com 2.677 milhões de veículos emplacados.
“O consumidor se endividou no longo prazo e agora precisou colocar o pé no freio na hora das compras”, analisa Carlos Henrique de Almeida, economista da Serasa. Na comparação de junho deste ano com o mesmo mês de 2011 a inadimplência do consumidor teve alta de 15,4%. Já na comparação com maio o índice teve queda de 0,5%. O levantamento da Serasa aponta que, em média, cada inadimplente tem quatro dívidas não honradas e 60% têm dívidas acima de 100% da renda. A avaliação da Serasa é de que o patamar da inadimplência poderia ser ainda maior, mas a evolução da renda e o desemprego baixo estão atenuando esse cenário.
Em Minas Gerais, as vendas de maio do comércio tiveram queda acima da média nacional (- 1,3%) na comparação com abril. Na comparação com maio do ano passado, no entanto, as vendas no Brasil tiveram alta de 4,2% e em Minas de 2,6%. No acumulado do ano somam alta de 5,8% no país e de 4,95% no estado.
Os segmentos de material de construção e de móveis e eletrodomésticos foram os que tiveram maior queda nas vendas de maio, de 11,3% e de 3,1%, respectivamente, na comparação com abril. “São dois segmentos que dependem do crédito. E é difícil para as famílias que já estão endividadas contraírem mais débitos”, observa Aleciana Sales Gusmão, economista da pesquisa de comércio do IBGE. O setor de veículos, motos, partes e peças registrou alta de 1,5% nas vendas de maio, na comparação com abril. Aleciana acredita que o estímulo do governo às vendas de veículos, com o anúncio da queda do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) no dia 21 de maio, deve ter contribuído para a melhoria das vendas do setor. “Nos meses anteriores esse segmento ficou com vendas próximas de zero ou negativas”, observa Aleciana.
Classe C
Mesmo com esse quadro de inadimplência em alta e queda nas vendas depois de períodos de euforia no consumo, tanto o IBGE quanto a Serasa acreditam que ainda é cedo para falar de “bolha”. “Se for fazer a comparação das vendas com maio do ano passado e com o acumulado do ano o balanço é positivo”, observa Aleciana. “A classe C e a inserção da D e E no mercado de crédito ajudaram a elevar a taxa de inadimplência, pois são consumidores que não têm vivência no financiamento. Mas não dá para falar de bolha”, completa Almeida.
Na região da Savassi, em Belo Horizonte, os lojistas enfrentam dois desafios neste ano: a economia recessiva e a queda nas vendas em função das obras na região. “O ano está difícil. Estou há 22 anos no mercado e só agora as vendas começam a retomar, mas muito lentamente. Muitas lojas estão passando o ponto, em função do alto valor do aluguel. O consumidor está comprando menos. Além de a obra ter prejudicado, o problema econômico do país atrapalha os negócios”, diz Maria Auxiliadora Teixeira de Souza, presidente da Associação dos Lojistas da Savassi.
A fábrica e loja de moda praia Cila e de ginástica Jump sentiram retração de cerca de 10% nas vendas em abril e maio deste ano, na comparação com o mesmo período de 2011. “Sentimos certa incerteza do consumidor”, diz Mara Borges, gerente de marketing da Cila. A partir de junho, no entanto, a marca retomou o fôlego. “No mês passado nossa venda surpreendeu e cresceu em torno de 10% na comparação com o mesmo mês de 2011. E em julho voltou a recuperar, pois é mês de férias. Mesmo com o frio muita gente vai para fora do país ou para o Nordeste”, afirma.
País sobe no ranking de carros
São Paulo – Mesmo com a queda nas vendas de veículos no começo do ano, o mercado brasileiro de automóveis passou da 7ª para a 5ª colocação no ranking mundial, segundo relatório da empresa de consultoria e informações do setor automotivo, Jato Dynamics. O avanço foi registrado mesmo com a queda de 8,7% nas vendas em maio, para 274.476 unidades. O país está atrás da Alemanha, que emplacou 308.054 veículos no período. Segundo a Jato Dynamics, nos primeiros cinco meses do ano, o mercado brasileiro de veículos acumulou queda de 4,4% nas vendas, em comparação com igual período de 2011, com 1,29 milhão de unidades negociadas. Nesta mesma base de comparação, a China apresentou alta de 5,1% nos emplacamentos (6,6 milhões de unidades), enquanto EUA e Japão registram altas, respectivamente, de 13,4% (5,98 milhões) e 55,8% (2,42 milhões), no período .
Em maio, a China manteve a liderança nas vendas globais de automóveis em maio, com crescimento de 17,9% nos emplacamentos de veículos, ante igual período de 2011, para um total de 1,34 milhão de unidades, segundo relatório da empresa de consultoria e informações do setor automotivo Jato Dynamics. A China foi seguida de perto pelos Estados Unidos, que registrou forte alta de 25,7%, e 1,33 milhão de veículos comercializados em maio. O Japão, com crescimento de 65,4%, chegou a 391.256 unidades em maio, alta refletida pela retomada daquele mercado após o terremoto seguido por tsunami, em março de 2011, que atingiu as principais montadoras locais. De acordo com a empresa, os dados chineses incluem apenas veículos de passeio. Para o restante dos países os números incluem carros e comerciais leves.
Toyota A Toyota permaneceu na liderança mundial entre as montadoras em maio, de acordo com o relatório. A companhia japonesa vendeu 543 449 veículos no mês, 88% a mais que no mesmo mês de 2011. Na comparação do acumulado dos primeiros cinco meses deste ano ante igual período de 2011, a alta de vendas da Toyota foi de 34,5%, com 2.677 milhões de veículos emplacados.