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Estado de Minas

Moody's reduz nota da dívida da Itália


postado em 13/07/2012 08:43

A agência de avaliação financeira Moody's reduziu nesta quinta-feira, em dois degraus, a nota da dívida da Itália, de A3 para Baa2, e manteve a perspectiva negativa devido à situação na zona do euro, especialmente na Espanha e na Grécia.

"A Itália tem mais risco de sofrer uma alta brutal de seus custos de financiamento do que ter melhor acesso aos mercados financeiros (...) diante da confiança cada vez mais frágil dos mercados e do risco de contágio provenientes de Grécia e Espanha", assinalou a Moody's.

"O risco da saída da Grécia da zona do euro aumentou e o sistema bancário espanhol suportará mais perdas que as esperadas", destacou a agência, acrescentando que as perspectivas econômicas a curto prazo para a Itália se "deterioram".

Segundo a Moody's, a Itália poderá registrar um crescimento "fraco" e "um desemprego mais elevado", impedindo seus objetivos de redução do déficit e aumentando o risco de que o país "não possa se financiar nos mercados".


A Itália, que entrou oficialmente em recessão no final de 2011, sofreu no primeiro trimestre deste ano uma nova contração de seu PIB, de 0,8%, com sua economia submetida sistematicamente desde 2010 a planos de austeridade para tranquilizar os mercados.

Na terça-feira, o primeiro-ministro italiano, Mario Monti, admitiu pela primeira vez a possibilidade de seu governo recorrer aos fundos de resgate da zona do euro para suportar a disparada dos juros que paga por suas emissões da dívida soberana, que caminham para 6%.

Segundo a Moody's, recorrer ao Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) ou ao Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEDE) teria apenas efeitos limitados.

"Diante do tamanho da economia italiana e do tamanho da carga da dívida, a proteção que estes mecanismos poderão oferecer será limitada".

"Uma aplicação bem sucedida das reformas econômicas na Itália (...) poderá recolocar o país sob uma perspectiva estável", destaca a agência de classificação de risco.

Na terça-feira, o Fundo Monetário Internacional (FMI) considerou em sua análise anual que a economia italiana "começará a reagir no início de 2013", mas o país "seguirá atrás em relação ao restante da região" e sob risco de contágio da crise na zona do euro.


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