Pequim – O Produto Interno Bruto (PIB) chinês cresceu 7,6% no segundo trimestre, o mais baixo patamar desde os primeiros três meses de 2009, no auge do impacto da crise financeira global. A divulgação do PIB da China animou os investidores no mundo todo, ao mostrar que a desaceleração do crescimento chinês está ocorrendo de forma gradual e porque aguardavam uma queda maior. Analistas ainda acreditam que a economia vai reagir nos próximos meses e apontam para o crescimento acima do esperado do volume de crédito bancário em junho. Mesmo que isso ocorra, a expansão de 2012 dificilmente ficará acima de 8%, no que será o menor índice em mais de uma década.
A perda de fôlego do país se acentuou a partir de abril, com deterioração de todos os indicadores – do comércio exterior à produção industrial. O resultado do segundo trimestre marca o sexto período consecutivo de desaceleração do PIB da segunda maior economia do mundo. Em maio, o governo anunciou medidas de estímulo à economia, bem mais tímidas do que o megapacote anunciado em novembro de 2008, que garantiu a expansão chinesa em meio à recessão global. Pequim decidiu acelerar a aprovação de projetos industriais e de infraestrutura, incluindo investimentos de 133,7 bilhões de yuans (R$ 42,9 bilhões) em duas siderúrgicas com capacidade para produzir 19,2 milhões de toneladas de aço por ano, o equivalente a mais da metade das 35 milhões de toneladas fabricadas no Brasil.
Alguns economistas sustentam que a situação é ainda pior do que a refletida nas cifras oficiais. Mark Williams, da Capital Economics, estima que a alta do PIB do segundo trimestre ficou ao redor de 7%, 0,6 ponto percentual abaixo do índice divulgado quinta-feira. Os resultados costumavam ficar em linha com os oficiais, mas a situação mudou no primeiro trimestre de 2012, quando o governo anunciou expansão do PIB de 8,1%. Para a Capital Economics, a alta foi de 7,6%. Mas Williams espera uma reação no segundo semestre do ano. A elevação do crédito é o primeiro sintoma de que haverá aumento de investimentos, que continuam a ser o principal motor da economia chinesa.
Em 7 de junho, o Banco do Povo da China realizou o primeiro corte de juros desde o fim de 2008. Nova redução foi anunciada em 5 de julho, em um sinal de que as medidas de estímulo adotadas até então não estavam surtindo o efeito desejado.
Bovespa tem alta e dólar cai no dia
A Bovespa conseguiu interromper a sequência de quatro quedas seguidas e terminou o dia no azul. O mérito é atribuído à alta das ações da Petrobras, após o reajuste do diesel anunciado quinta-feira. Além disso, O PIB chinês e o bom desempenho em Nova York, em razão de resultados corporativos, também pesou positivamente. Com isso, o Ibovespa encerrou o dia com ganho de 1,70%, aos 54 330,51 pontos. Na semana, o índice não conseguiu reverter as perdas (-1,92%). No mês e no ano o recuo é de 0,04% e 4,27%, respectivamente. O giro financeiro ficou em R$ 5,666 bilhões.A cotação do dólar no mercado à vista de balcão ficou em R$ 2,0345, com perda de 0,05% no dia.