(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Empresários temem faltar mão de obra para a Copa de 2014

Com mais de um milhão de vagas que devem ser abertas no país até 2014, empresários temem escassez de mão de obra e governo oferece cursos para qualificar profissionais


postado em 16/07/2012 06:46 / atualizado em 16/07/2012 07:09

O chef Ivo Faria afirma que sobram mais postos para profissionais básicos (foto: (Maria Tereza Correia/EM/D.A Press))
O chef Ivo Faria afirma que sobram mais postos para profissionais básicos (foto: (Maria Tereza Correia/EM/D.A Press))
Com a estimativa do governo federal de que a Copa do Mundo de 2014 gere cerca de 380 mil postos de trabalho na preparação do país para o torneio e 700 mil vagas durante a realização do evento, muitos interessados em agarrar uma das oportunidades de emprego já devem se preparar. Em Minas Gerais, os empresários dos setores hoteleiro, de gastronomia e entretenimento já demonstram interesse na contratação de novos funcionários, mas revelam encontrar dificuldade para a obtenção de mão de obra especializada. O temor, entre eles, é que a escassez de mão de obra qualificada se acentue ainda mais pelos próximos anos, impedindo a contratação demandada pela Copa. De mensageiro a gerente, os hotéis registram vagas para todos os cargos. Nas outras áreas serão procurados recepcionista de eventos, cozinheiro, auxiliar de cozinha, garçom e agente de informações turísticas.

Até lá serão procurados pelo mercado, segundo os próprios empresários, profissionais que tenham preferencialmente um segundo ou até um terceiro idioma. Os trabalhadores graduados, com formação avançada, capacidade de gestão e conhecimentos específicos do setor também serão sondados para que atuem como gerentes de hotéis ou para que ocupem postos que exijam maior qualificação. Quem pretende obter o primeiro emprego também terá a chance de trabalhar, mas para isso precisará se capacitar para ocupar postos de menor qualificação. São esses, inclusive, os mais demandados pelas empresas.

“Vivemos um momento diferente onde este profissional de base é escasso e não quer entrar no mercado ganhando salários a partir de R$ 700, mas são essas vagas que mais são disponibilizadas”, considera o e proprietário de restaurantes e chef de cozinha Ivo Faria. “O ideal é que as pessoas invistam, preferencialmente, em um outro idioma, mas também se especializem em outras áreas, como gastronomia ou atendimento em meios de hospedagem para começar a trabalhar no setor”, diz o diretor da Maio Empreendimentos, Jânio Valeriano Alves.

Para atender esses e outros empregadores, o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), com vistas à Copa do Mundo de 2014, abriu nova etapa de inscrições para vagas em cursos de formação inicial e continuada para quem já trabalha com turismo ou pretende se profissionalizar. As inscrições serão encerradas hoje e podem ser feitas pelo site do Pronatec Copa (www. www.pronateccopa.turismo.gov.br). Os cursos têm duração de quatro meses, além de serem totalmente gratuitos. Em todo o país serão ofertadas 40 mil vagas por semestre e 240 mil até 2014. Serão contemplados os interessados em trabalhar nas áreas de recepção, viagens, eventos, serviços de alimentação, bebidas, entretenimento e interação.

O procedimento de inscrição, segundo o MTur, é iniciado no site do Pronatec Copa, onde o candidato preenche um formulário e escolhe o curso que quer fazer. Depois, basta finalizar a inscrição, clicar no link de confirmação e aguardar a chegada de um email enviado pelo sistema do Pronatec Copa – com todas as informações, como data de início das aulas e horário de cada curso em cada cidade. Depois do envio do e-mail pela instituição, os candidatos devem efetivar suas inscrições presencialmente no Senac – instituição de ensino que ministrará gratuitamente todos os cursos viabilizados pelo governo em Minas. A expectativa é de que as turmas sejam formada por até 30 alunos e variem conforme a demanda pelos cursos e equipamentos.

Valorização

De olho na chance de dobrar a sua renda como garçom, Yuri Medina de Oliveira, que trabalha há 17 anos na função, tem a intenção de investir o seu tempo livre na participação dos cursos de sommelier, pizzaiolo e cerimonial de eventos. Tudo para aumentar as suas chances no mercado de trabalho. “Um profissional completo, que tenha boas experiências e um currículo melhorado pelos cursos pode ser inserido em muitas vagas”, diz. “Hoje, trabalho como freelancer em três buffets, mas com essa nova bagagem espero ter meus diferenciais valorizados pelo próprio mercado”, completa.

O Ministério do Turismo (MTur) que administra o programa em parceria com o Ministério da Educação (MEC) informou que no Brasil são mais de 105.264 inscritos só neste ano. Em Minas Gerais, já são mais de 3 mil pré-inscritos. Entre as cidades mineiras beneficiadas pelos cursos estão Belo Horizonte, Nova Lima, Brumadinho, Sabará, Sete Lagoas, Congonhas, Diamantina, Mariana, São João Del Rei, Tiradentes e Ouro Preto. Em Minas, segundo a gerente corporativa do Senac e coordenadora do Pronatec Minas, Carolina Viera, cerca de 250 pessoas inscritas no primeiro semestre deste ano já iniciaram os cursos em Sete Lagoas e em Belo Horizonte. Já os inscritos nesse segundo semestre devem iniciar as atividades até o fim de julho.

Qualificação para a vida

Os profissionais que desejam aproveitar as oportunidades geradas pela Copa do Mundo devem se preocupar com a preparação e formação, mas também considerar as exigências do mercado, oferecendo sempre pré-requisitos que os diferenciem de outros trabalhadores. Segundo o professor doutor do MBA em Turismo, Hotelaria e Entretenimento da FGV/IBS, Eduardo Sanovicz , a grande aposta do profissional que deseja se destacar será investir em vagas que exijam habilidades técnicas. “Para esses cargos existem poucos profissionais preparados e a demanda nunca é atendida. É muito mais difícil encontrar um operador de som ou um garçom, um pizzaiolo ou até mesmo um garçom que saiba atender de forma técnica”, exemplifica.

O ideal, para o professor, é que o profissional tenha em mente que o seu conhecimento técnico deverá ser capaz de atender mais que um megaevento ou uma demanda estrangeira. “A Copa é só um tema para acelerar os investimentos e as pessoas. Os profissionais devem aproveitar essa oportunidade como porta de entrada para se mostrar para o mercado e aproveitar o bom momento que será gerado pela economia”, considera.

Ainda há tempo para que os trabalhadores que hoje desempenham outras funções possam se preparar para ocupar uma das vagas ofertadas durante a Copa, segundo a coordenadora do Grupo Temático de Turismo no Projeto Copa 2014 e diretora de promoção turística da Belotur, Stella Kleinrath. Isso porque, de acordo com ela, a formação continuada possibilitada pelo turismo permite que os trabalhadores migrem de outros setores. “ Hoje falta mão de obra porque existem muitos trabalhadores já empregados e as nossas taxas de desemprego estão entre as mais baixas do país”, diz. “Grande parte das pessoas estão em cargos na construção civil viabilizados por obras residenciais e de infraestrutura, mas a medida em que essas obras diminuírem ou acabarem essas pessoas vão se interessar pelo turismo e terão condições de estudar para ocupar novas funções”, explica.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)