Como definiu um experiente operador, "o dólar está enjaulado" em um cenário macroeconômico de incertezas, aqui e no exterior, e nas intervenções do Banco Central. São dois fatores que, há vários dias, se mostram fortes para impedir que os investidores arrisquem novas posições. O mercado doméstico de câmbio tem se limitado a operações por fluxo efetivo de recursos e pequenas transações especulativas, surgidas de acordo com o noticiário.
O crescimento econômico destacou-se no noticiário do dia e, de novo, as novidades foram negativas. Internamente, a pesquisa Focus captou outra revisão para pior nas estimativas para o PIB que, agora, estão em 1,9%. Na China, durante o fim de semana, o premiê alertou que a recuperação do país ainda não é estável. Nesta manhã, pesaram ainda os dados de vendas no varejo dos Estados Unidos piores do que esperado e as projeções do FMI, que reduziu a previsão para a expansão da economia mundial.
No conjunto de revisões, o FMI piorou suas estimativas para a economia chinesa neste ano e no próximo e advertiu para a possibilidade de um pouso forçado no país no médio prazo. De acordo com o fundo, a expansão da China, que era estimada em 8,2%, deve ficar em 8,0% neste ano. Para 2013, passou de 8,8% para 8,5%. Vale lembrar que o país ajustou a meta oficial de crescimento para baixo e está em 7,5% para este ano. O Brasil não escapou e o ajuste foi maior. De acordo com o FMI, o PIB nacional deve ficar em 2,5%, ante 3,1% projetados anteriormente.
Os operadores têm dito que, para tirar o dólar do marasmo, um dos fatores mais prováveis seria uma medida de incentivo à economia nos Estados Unidos. Nesse sentido, os dados fracos da economia dos EUA divulgados mais cedo aumentaram as expectativas com o depoimento que o presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, fará na terça-feira sobre as condições da economia e a política monetária no Comitê de Bancos do Senado dos EUA, em Washington. O evento será às 11 horas de Brasília.