Eraí Maggi Scheffer, conhecido como "o rei da soja", está empolgado com a próxima safra. Vai plantar em Mato Grosso 220 mil hectares do grão, o equivalente a mais de 200 mil campos de futebol. A cultura vai tomar espaço do algodão e das pastagens e a área plantada vai crescer quase 24% em relação à safra anterior. "É uma alta expressiva. Todos os agricultores estão animados."
Em meio a uma das mais graves crises da economia global, os agricultores brasileiros se preparam para plantar a maior safra de todos os tempos, que pode levar o Brasil a superar os Estados Unidos e se tornar o maior produtor de soja do mundo. O motivo é o preço do grão, que nunca esteve tão alto. A soja voltou a ser o principal produto da pauta de exportação e está salvando a balança comercial do País.
Na sexta-feira, o preço da soja bateu US$ 17,57 por bushel (27 2155 kg) na bolsa de Chicago, uma valorização de 15% desde o início do mês, quando uma forte seca atingiu as lavouras nos EUA. Antes desse rally, o recorde era de US$ 16,50 por bushel, marcado antes da quebra do Lehman Brothers em 2008. No porto de Paranaguá (PR), a saca (60 kg) de soja chegou a impressionantes R$ 85. Em Sorriso (MT), apesar de todas as deficiências logísticas, os produtores recebiam R$ 73,5 por saca.