O mercado doméstico de câmbio reabre nesta segunda-feira comprador de dólar em meio ao aumento das preocupações dos investidores globais com a zona do euro. Espanha e Grécia voltam ao centro das atenções e provocam perdas em commodities, nas Bolsas e no euro. Em contrapartida, o dólar sobe ante o iene e as principais moedas de emergentes correlacionadas com commodities, como o dólar australiano e o real brasileiro, entre outras.
Com a proximidade do fim de mês, os participantes do mercado local começam nesta semana as rolagens de contratos de derivativos cambiais. O Banco Central também poderá fazer leilões para rolagem do próximo vencimento de swap cambial no começo de agosto.
O dólar no mercado futuro de câmbio da BM&FBovespa abriu a R$ 2,0385, com alta de 0,57% - mínima até o momento. Até 9h15, a máxima foi de R$ 2,0445, alta de 0,86%.
Neste fim de julho, os bancos mantêm discreta posição comprada em dólar no mercado à vista. Já no segmento de derivativos, os bancos estão vendidos em cerca de US$ 20 bilhões em cupom cambial-DDI (cerca de US$ 13 bi) e dólar futuro (cerca de US$ 7,8 bi), enquanto os fundos de investimento nacionais e os investidores estrangeiros detêm posições compradas nesses ativos que, somadas, equivalem ao mesmo montante. A disputa entre eles deve ser acirrada ao longo da semana, visando maximizar seus ganhos com o eventual enfraquecimento da taxa Ptax, que beneficiaria os bancos; ou o seu fortalecimento, que interessa aos fundos e não-residentes.
Já o Banco Central tende a fazer leilões para rolar o próximo vencimento de cerca de US$ 4,5 bilhões em contratos de swap cambial (91.400 contratos) que estarão vencendo em 1º de agosto - quarta-feira da próxima semana.
No campo das projeções, os participantes da Pesquisa Focus do Banco Central projetaram que o câmbio deve seguir em R$ 1,95 para fim de 2012 e fim de 2013. O Investimento Estrangeiro Direto estimado manteve-se em US$ 55 bi em 2012 e em US$ 59,5 bi em 2013. Do mesmo modo que o superávit comercial projetado permaneceu em US$ 18,04 bi em 2012.
No exterior, informações de que mais seis regiões autônomas da Espanha, incluindo a Catalunha, precisarão de ajuda, reforçam a percepção de que o país precisará de um resgate total, e não apenas para os bancos. O custo do seguro da dívida da Espanha contra default atingiu um novo recorde hoje cedo, contaminando o custo de seguros de dívidas da Itália, para cima, e da Alemanha, para baixo.
A Grécia também sustenta o ambiente de aversão ao risco porque o Fundo Monetário Internacional (FMI) sinalizou para a União Europeia que não participará mais da ajuda financeira ao governo Grego até que a Troica conclua a primeira revisão do segundo pacote de resgate oferecido à Grécia. Uma equipe da troica - que inclui o FMI, a UE e o Banco Central Europeu (BCE) - deve chegar a Atenas amanhã para iniciar esses estudos.