O resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta segunda-feira pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), não é grave e está alinhado com a atividade econômica do País. A avaliação é de Rafael Bacciotti, economista da Tendências consultoria integrada. "Não tem nada de grave (no resultado do Caged). Está alinhado com o que vemos na atividade econômica. O PIB está parado há algum tempo, a indústria não cresce. Você segura um pouco as contratações", afirmou.
Em junho deste ano, o saldo líquido de empregos criados com carteira assinada no Brasil (120.440) foi o pior para o mês desde 2009, auge da crise internacional. Na comparação com junho de 2011, o saldo caiu 44,08%. O resultado ficou abaixo das estimativas coletadas pelo AE Projeções com 13 instituições do mercado financeiro, que projetavam um saldo de 125 mil a 166 mil novos postos de trabalho criados no mês passado. "O resultado veio mais fraco do que o mercado esperava e representa continuidade de desaceleração do emprego formal, que tem acontecido há um bom tempo e está alinhado com a trajetória de atividade econômica", disse Bacciotti.
Para o economista, o resultado de junho é reflexo não só do já anunciado mau desempenho da indústria, como também da desaceleração das contratações no setor de serviços. "Vemos um setor que estava sustentando o nível de emprego, o de serviços, em uma trajetória clara de desaceleração. O setor de serviços é um dos mais relevantes em termos de contratação", disse. Com ajuste sazonal feito pela Tendências, o Caged aponta uma desaceleração de 49.954 contratações pelo setor de serviços em maio para 45.756 em junho.
Até o fim do ano, a perspectiva do economista é de que o emprego cresça num ritmo ainda menor."Deve haver um período de acomodação, com alguma elevação na taxa de desemprego. O emprego deve crescer num ritmo bem menor, o que deve representar no Caged um saldo no ano menor do que se viu no ano passado", afirmou.