Após fazer um diagnóstico otimista sobre a perspectiva de reação da economia brasileira, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, avaliou que o ambiente externo continua "desafiador". Além da recuperação moderada dos Estados Unidos, ele defendeu que o País está preparado para os eventuais desdobramentos da crise europeia.
"A China está desacelerando, mas tem capacidade e instrumentos para conduzir um pouso suave de sua economia", afirmou no evento de lançamento das novas cédulas de R$ 10 e R$ 20 nesta segunda-feira. "Em relação à Europa, mais importante do que especularmos sobre eventuais desdobramentos da crise, é estarmos preparados para enfrentá-los."
Durante o discurso, Tombini reconheceu que "ainda que o cenário internacional esteja sujeito a um elevado grau de incerteza", houve "recuo na probabilidade de ocorrência de eventos extremos nos mercados financeiros internacionais". O comentário repete a avaliação da ata da reunião de julho do Comitê de Política Monetária (Copom). "Este cenário representa para o Brasil impacto desinflacionário", completou.
Ele comentou ainda o relatório divulgado, na última sexta-feira, pelo Fundo Monetário Internacional sobre a economia brasileira. Tombini declarou que o FMI concluiu que o Brasil está muito bem preparado para enfrentar esse cenário internacional adverso. "Em síntese, o relatório do Fundo corrobora a visão do Banco Central de retomada mais forte do crescimento neste semestre e de convergência da inflação para o centro da meta em 2012."
Tombini disse que o relatório realça que o Brasil está bem posicionado para atravessar a nova fase da crise graças às reservas internacionais e ao elevado nível de liquidez doméstico além de contar com um sistema financeiro sólido, bem regulado e bem provisionado.